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Os riscos da informalidade no mercado financeiro

quinta-feira, 02 de maio de 2024

            Você tem algum parente que investe em ações? Um amigo negociando ativos através da bolsa de valores? Fique muito atento. Inclusive, vou além: muito cuidado!

            É comum – principalmente em momentos de euforia com mercados em alta – se deparar em situações em que um grupo de pessoas começa a falar sobre investimentos muito específicos. Repare, o assunto poucas vezes caminha para uma discussão conceitual sobre economia e mercados (ainda que, também, de forma amadora), mas quase certamente finda em alguma recomendação de compra ou venda.

            Você tem algum parente que investe em ações? Um amigo negociando ativos através da bolsa de valores? Fique muito atento. Inclusive, vou além: muito cuidado!

            É comum – principalmente em momentos de euforia com mercados em alta – se deparar em situações em que um grupo de pessoas começa a falar sobre investimentos muito específicos. Repare, o assunto poucas vezes caminha para uma discussão conceitual sobre economia e mercados (ainda que, também, de forma amadora), mas quase certamente finda em alguma recomendação de compra ou venda.

            Você precisa comprar as ações da Magalu, a empresa está crescendo muito – disse o primo de alguém, sem nenhuma especialização ou certificação na área de finanças, mas a certeza de que seus poucos meses como investidor são parâmetro de realidade. Preciso relembrar a queda de 94% desde o topo histórico?

            Repare, falar sobre finanças, economias e mercados é importante. Eu, a propósito, busco despertar e fomentar esse interesse através do meu trabalho. O problema é que a informalidade esconde perigos, pois ninguém vai assumir as devidas responsabilidades de uma recomendação inadequada. No mercado financeiro, existem diversos profissionais capacitados e certificados capazes de te auxiliar nas melhores tomadas de decisão para seus investimentos.

            Mas onde encontrá-los? Corretoras de valores e bancos de investimentos concentram todos esses profissionais e os disponibilizam a seus clientes a fim de proporcionar boas experiências de investimentos. É dentro dessas instituições que você encontra analistas, responsáveis por avaliar e indicar oportunidades de compras e vendas de ativos; gestores, capacitados para fazer a gestão terceirizada de capital através de fundos de investimentos; e especialistas, profissionais prontos para receber a demanda de seus clientes e orientá-los, dentro de objetivos específicos, com planejamento e seleção de produtos de investimentos.

            Percebe como o que pode parecer simples é complexo o suficiente para não se limitar a uma mesa de bar ou encontro de família? Então vamos à dinâmica do amadorismo nos mercados de bolsa para entender os riscos que a informalidade promove.

            Nas últimas semanas, por exemplo, pudemos observar as maiores cotações históricas do bitcoin; dias de grande euforia nos mercados. Em épocas de alta, a confiança é grande ao ponto de ignorar os riscos envolvidos. Pessoas inteligentes compraram o ativo pela única explicação do Fomo (sigla usual no cotidiano financeiro para “medo de ficar de fora”, em inglês), promovendo demanda às negociações.

            O que vai acontecer? Investidores sem auxílio profissional comprando ativos – porque “todo mundo está ganhando dinheiro” – depois de grandes altas e correndo sérios riscos de estarem posicionados assim que o mercado voltar a corrigir tamanha euforia. É aqui, onde amadores realizam seus prejuízos em meio a novas incertezas e o ciclo se inicia mais uma vez.

            Pense. Pare para refletir sobre quantas vezes você já se deparou com situações como essa e faça um balanço de como foram as suas tomadas de decisão. Fuja sempre da euforia e aproveite as incertezas. Se possível, sempre com bons profissionais ao lado.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Comunicação eficaz no mercado financeiro

quinta-feira, 25 de abril de 2024

O aprimoramento de vocabulário é algo fundamental para estabelecer plena comunicação. É comum nichos específicos criarem suas próprias formas de expressão e no mercado financeiro não é diferente. Hoje separei alguns termos específicos e essenciais para você desenvolver sua capacidade de compreensão.

Alavancagem: com o objetivo de potencializar resultados, investidores usam determinadas garantias para operar com volume financeiro acima do patrimônio real, podendo resultar em grandes lucros ou prejuízos.

O aprimoramento de vocabulário é algo fundamental para estabelecer plena comunicação. É comum nichos específicos criarem suas próprias formas de expressão e no mercado financeiro não é diferente. Hoje separei alguns termos específicos e essenciais para você desenvolver sua capacidade de compreensão.

Alavancagem: com o objetivo de potencializar resultados, investidores usam determinadas garantias para operar com volume financeiro acima do patrimônio real, podendo resultar em grandes lucros ou prejuízos.

Amortização: comumente, dívidas são compostas por juros e valor principal. A amortização refere-se ao pagamento do principal, fazendo com que a dívida seja reduzida ao longo do tempo. Para facilitar a interpretação, precisamos separar em duas partes o valor das parcelas de um produto de crédito: a primeira, cobre os juros da operação, ao passo que a segunda é responsável por amortizar o valor principal e reduzir o valor da dívida contraída.

CET: informada em valor percentual, o Custo Efetivo Total é – como o próprio nome já diz – quanto, de fato, vai custar uma dívida. Aqui, não é informado apenas o valor de juros, mas também é somado todo tipo de custo referente ao produto, como impostos, tarifas bancárias e quaisquer outros encargos embutidos. Portanto, além de comparar juros entre diferentes instituições, estude sempre o CET.

CDB: Certificado de Depósito Bancário são títulos emitidos por instituições financeiras. Na prática, ao adquirir um destes títulos, o investidor está emprestando dinheiro em troca de uma rentabilidade pré-definida.

CDI: Certificado de Depósito Interbancário é um dos principais indexadores (taxas de reajustes) dos ativos existentes no mercado financeiro. Taxa de referência para a realização de operações de empréstimos interbancários.

Dividendos: distribuição de parte dos lucros de uma determinada empresa a seus acionistas.

Fundo de investimento: ferramenta responsável por reunir o capital de diversas pessoas com o objetivo comum de realizar determinados investimentos. Gerido e administrado por especialistas, fundos de investimentos regulamentados são a forma de viabilizar investimentos financeiros em grupo e cada participante (cotista) recebe sua proporção da totalidade em forma de cotas.

IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, é o índice oficial do Governo Federal para medir inflação.

Liquidez: o período entre investimento e resgate do capital, podendo haver lucro ou não.

Selic: o Sistema Especial de Liquidação e Custódia representa o sistema responsável pelo controle de emissão, compra e venda de títulos públicos federais; fazendo desta taxa, a principal ferramenta de controle inflacionário e outras medidas econômicas.

Compreender todos os detalhes de um acordo ou contratação financeira é imprescindível para manter os seus interesses longe dos riscos da falta de conhecimento – que podem acarretar má fé de agentes e instituições. Para isso, a ferramenta mais eficiente é a comunicação plena.

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Correlação entre ativos. Já ouviu falar?

quinta-feira, 18 de abril de 2024

            Não é segredo; para começar a investir seu capital no mercado financeiro, é preciso estudar – ou contar com um profissional de confiança que tenha estudado para isso.

            Não é segredo; para começar a investir seu capital no mercado financeiro, é preciso estudar – ou contar com um profissional de confiança que tenha estudado para isso.

Costumo dizer, e volto a enfatizar, sobre a necessidade de entender o mínimo (pelo menos os conceitos de rentabilidade, segurança e liquidez) antes de se tornar um investidor. Você não precisa ser um especialista, afinal, você pode deixar isso para seu consultor ou assessor de investimentos; mas entender o que será feito com o seu dinheiro é fundamental para manter uma relação saudável entre investidor e investimentos.

            Contudo, meu assunto hoje vai para aqueles que buscam ir um pouco mais além em seus investimentos. Antes, um passo atrás: vale ressaltar a necessidade de uma carteira de investimentos diversificada, num primeiro momento, entre ativos de renda fixa e renda variável de acordo com o seu perfil. Este ponto é fundamental, pois será responsável pelo seu planejamento orçamentário; considerando reservas, caixa, e boas oportunidades de rentabilidade.

            Dando prosseguimento ao plano de carteira, vamos destrinchar, agora, a necessidade de manter a estratégia de diversificação de ativos; contudo, considerando somente a alocação em renda variável: os investimentos via bolsa de valores. Existem duas formas de investir em ações: a primeira é optar por bons fundos de investimentos em ações, recorrendo a gestoras com bom histórico operacional e com taxas justas de acordo com o serviço oferecido; a segunda opção de investimento em ações é através do home broker de sua corretora e aqui começamos a elaborar nosso planejamento.

            Voltando à lei máxima dos investidores (a diversificação), precisamos falar sobre a Correlação de Ativos, uma relação estatística para metrificar (variando de -1 a 1) a relação entre ativos. Já ouviu falar?

            Esta correlação pode se dar de quatro maneiras distintas:

                        • Correlação perfeitamente positiva (índice igual a 1)

                        • Correlação positiva

                        • Correlação negativa

                        • Correlação perfeitamente negativa (índice igual a -1)

            As correlações perfeitas são situações ideais e – como tudo que é ideal – impossíveis de acontecer. Contudo vamos estudar as positivas e negativas para entendermos qual é a mais indicada para o seu portfólio de ações.

            Basicamente, as correlações positivas se dão quando dois ativos (por haver relação estrita de mercado) fazem movimentos semelhantes entre valorizações e desvalorizações: como exercício, busque comparar os gráficos do barril de petróleo Brent e as ações da Petrobrás e verá a influência da cotação do barril de petróleo sobre uma empresa petrolífera. Por outro lado, há a correlação negativa quando dois ativos se movimentam de maneira graficamente opostas: também, como exercício, compare os gráficos de dólar e da Ibovespa e irá reparar um movimento espelhado entre os ativos; e faz sentido, afinal, quando o Ibovespa está em crescimento há uma tendência de valorização do real perante o dólar.

            Portanto, quanto mais negativa a correlação entre seus ativos, mais diversificada será a sua carteira. Ao planejar uma carteira de investimentos é importante saber o papel de cada ativo e como este vai influenciar sua estratégia. Investimentos via Bolsa de Valores são complexos (apesar de bastante intuitivos) e a falta de planejamento esconde grandes riscos.

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Inteligência financeira: você sabe o que é?

quinta-feira, 11 de abril de 2024

  Afinal, o que é inteligência financeira?

            Não há, ainda, uma definição estrita acerca do termo, mas numa noção geral, Inteligência Financeira é o equilíbrio entre inteligência emocional e educação financeira; é a capacidade de tomar boas decisões que afetam positivamente a qualidade de vida com o menor impacto possível no padrão de consumo. Independente de qual seja a sua renda, o importante é viver bem e com um padrão de vida bem elaborado.

  Afinal, o que é inteligência financeira?

            Não há, ainda, uma definição estrita acerca do termo, mas numa noção geral, Inteligência Financeira é o equilíbrio entre inteligência emocional e educação financeira; é a capacidade de tomar boas decisões que afetam positivamente a qualidade de vida com o menor impacto possível no padrão de consumo. Independente de qual seja a sua renda, o importante é viver bem e com um padrão de vida bem elaborado.

            Viver com mais Inteligência Financeira é resultado de um conjunto de hábitos, e o primeiro deles é falar sobre dinheiro. Dinheiro é rotina, mas virou tabu! Não é comum ouvirmos conversas francas sobre valores e quantias; não é comum saber quanto o(a) seu(sua) amigo(a) ganha ou gasta. A transparência – principalmente no contexto familiar – é fundamental para alcançar uma vida financeiramente equilibrada. Outros costumes, como o de planejar metas e elaborar um orçamento doméstico também são indispensáveis. Além de criar uma rotina financeira, esses hábitos farão, das suas finanças, um sistema completo de concepção de necessidade, previsão e prevenção de crises e sazonalidades, aquisição de ativos e conforto.

            Parece utópico, mas com planejamento é possível.

            De forma prática, há técnicas para a inserção da inteligência financeira no cotidiano; eu, particularmente, gosto de edificar a estrutura financeira (minha e de meus clientes) sobre três pilares:

  • Gastar bem – fruto de inteligência emocional e boas decisões, gastar bem não é gastar menos; mas, sim, dispor seu dinheiro para algo que lhe gere qualidade de vida. Neste ponto, inclusive, vale a pena ressaltar a importância de conhecimentos básicos de educação financeira para ampliar a noção do que podem ser boas decisões.
  • Poupar sempre – reflexo do primeiro pilar, o ato de poupar parte de suas receitas é fundamental para construir patrimônio, alcançar objetivos e estabelecer planejamentos. Contudo, não há nada como um orçamento organizado capaz de te libertar das amarras que o dinheiro lhe impôs.
  • Investir com qualidade – não é nada fácil chegar até aqui; você já precisou rever seus gastos e criar o hábito de poupar, então mantenha atitudes inteligentes financeiramente na hora de rentabilizar seu patrimônio. A insegurança pode te levar a alocações com baixa ou negativa rentabilidade real (quando é descontado, da rentabilidade total, a inflação) e o excesso de confiança pode te seduzir para investimentos fraudulentos. Foi uma grande empreitada chegar até aqui, então faça valer a pena e invista seu capital de forma inteligente; estude e/ou busque auxílio profissional.

            Em suma, podemos encarar a inteligência financeira como um meio para tornar livre a parte da sociedade que ainda se vê refém do próprio dinheiro. E o mais curioso, libertando-se através deste.

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Planejamento sucessório: desafios e estratégias para preservar seu legado

quinta-feira, 04 de abril de 2024

A sucessão patrimonial é um processo que transcende gerações, desafiando famílias e empresas a equilibrar a continuidade de seu legado com a adaptação às mudanças do mundo em constante evolução. É um tema que vai muito além da simples transição de ativos financeiros e propriedades. Trata-se de assegurar que os valores, visões e conquistas acumulados ao longo dos anos sejam transmitidos de forma eficaz e preservados para as gerações futuras.

A sucessão patrimonial é um processo que transcende gerações, desafiando famílias e empresas a equilibrar a continuidade de seu legado com a adaptação às mudanças do mundo em constante evolução. É um tema que vai muito além da simples transição de ativos financeiros e propriedades. Trata-se de assegurar que os valores, visões e conquistas acumulados ao longo dos anos sejam transmitidos de forma eficaz e preservados para as gerações futuras.

Não sou advogado, não sou contador, mas como educador financeiro – e especialista em investimentos – tenho a obrigação de tocar no assunto e trazer uma visão básica sobre o tema com algumas possibilidades do que pode ser encarado como alternativas no processo de sucessão patrimonial.

 

Testamento: Este está entre as formas mais conhecidas de sucessão patrimonial, mas é a estratégia mais custosa. O testamento pode parecer simples pela praticidade em concretizar suas vontades de distribuição de bens, mas entra em processo de inventário, incide ITCMD (Imposto de transmissão causa mortis e doação), honorários advocatícios e custos de cartório.

Doação em vida: Estratégia para antecipação de herança, a doação em vida contempla – basicamente – duas diferentes possibilidades. A primeira (a doação de fato) permite a transferência de bens para o herdeiro dentro de algumas limitações: o doador precisará manter recursos em seu nome para garantir sua subsistência e deve respeitar a parte da herança que cabe aos herdeiros necessários. A segunda alternativa, por sua vez, é chamada de doação com reserva de uso fruto: permite a doação em vida para os herdeiros, mas somente será exercida após a morte do doador.

Holding familiar: Trata-se de uma estrutura de pessoa jurídica utilizada para gerenciar e proteger o patrimônio familiar. Ela pode ser composta por diversas empresas e ativos financeiros, e sua criação pode proporcionar benefícios como proteção contra credores, continuidade nos negócios da família e benefícios fiscais.

Seguro de vida: Os seguros de vida apresentam algumas características imprescindíveis para o planejamento de sucessão. Por serem impenhoráveis, não ficam reféns de bloqueios judiciais; por serem isentos de tributação, não tem custos de imposto de renda e ITCMD.

Previdência Privada: podendo se enquadrar, também, na classe de seguros privados, aqui há um portfólio de ativos compondo os investimentos do capital alocado. Portanto, além de pensar em sucessão, é importante avaliar as estratégias e performance do gestor – além de custos como taxas de administração e carregamento, por exemplo. Contudo, as principais vantagens sucessórias da previdência privada são a isenção de ITCMD e a dispensa de inventários.

 

Combinadas e adaptadas de acordo com as necessidades e objetivos específicos de cada família, estas ferramentas podem simplificar grandes burocracias em um momento tão delicado quanto o de ver alguém partir. O contexto já vai incluir o luto de perder um familiar, não precisamos deixar a situação ainda mais complicada.

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As Heurísticas das finanças comportamentais

quinta-feira, 21 de março de 2024

As finanças comportamentais representam um campo intrigante que examina como as pessoas tomam decisões financeiras, muitas vezes sob a influência de heurísticas cognitivas. Estas heurísticas, ou “atalhos mentais”, simplificam o processo de tomada de decisão, mas podem resultar em escolhas equivocadas. Quatro das heurísticas mais relevantes neste contexto são a representatividade, ancoragem, disponibilidade e aversão à perda.

As finanças comportamentais representam um campo intrigante que examina como as pessoas tomam decisões financeiras, muitas vezes sob a influência de heurísticas cognitivas. Estas heurísticas, ou “atalhos mentais”, simplificam o processo de tomada de decisão, mas podem resultar em escolhas equivocadas. Quatro das heurísticas mais relevantes neste contexto são a representatividade, ancoragem, disponibilidade e aversão à perda.

Heurística da representatividade: é uma tendência em que as pessoas julgam a probabilidade de um evento com base na sua semelhança com outros acontecimentos conhecidos. No cenário financeiro, isso pode levar a decisões baseadas em padrões percebidos ou narrativas emocionantes, em vez de uma análise objetiva dos dados. Por exemplo, investir em uma empresa simplesmente porque ela parece inovadora, sem investigar seus fundamentos financeiros ou, de fato, a validação de suas inovações.

Heurística da ancoragem: descreve como as pessoas frequentemente ancoram suas decisões em informações iniciais, mesmo que sejam irrelevantes ou enganosas. Isso é observado em negociações de preços ou avaliações de investimento, onde uma oferta inicial pode distorcer significativamente a percepção de valor. Por exemplo, fixar-se em um preço de ações anterior como referência para decidir se comprar ou vender, ignorando informações relevantes recentes. Basicamente, é semelhante à heurística da representatividade com atribuição numérica de preço.

Heurística da disponibilidade: reflete a tendência das pessoas em julgar a probabilidade de um evento com base na facilidade com que exemplos desse evento podem ser lembrados. Isso pode levar a uma superestimação de eventos raros que recebem ampla cobertura da mídia. No contexto financeiro, investidores podem ser influenciados por notícias recentes ou eventos de mercado dramáticos, superestimando os riscos associados.

Heurística da aversão à perda: revela como as pessoas valorizam as perdas mais do que os ganhos equivalentes. Os investidores podem ser avessos ao risco, preferindo evitar perdas a assumir oportunidades de ganho, mesmo que os riscos e benefícios sejam objetivamente equivalentes. Isso pode resultar em uma relutância em investir em ativos voláteis, mesmo que possam oferecer retornos potencialmente altos a longo prazo.

Entender essas heurísticas é essencial para você, como investidor, pois ajuda a reconhecer os vieses cognitivos que podem influenciar suas decisões financeiras. Ao estar ciente dessas tendências comportamentais, decisões mais informadas e racionais, mitigando os riscos e maximizando as oportunidades de investimento a longo prazo passam a fazer parte do planejamento de investimentos. Portanto, ao explorar as finanças comportamentais, é fundamental reconhecer o papel crucial que essas heurísticas desempenham na tomada de decisões financeiras.

Espero poder ajudar a decifrar parte dos seus pensamentos na hora de investir.

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Já pensou em trocar sua corretora ou banco de investimentos?

quinta-feira, 14 de março de 2024

E se, por algum motivo, você quer ou precisa trocar de corretora ou banco de investimentos. O que acontece com seus investimentos?

E se, por algum motivo, você quer ou precisa trocar de corretora ou banco de investimentos. O que acontece com seus investimentos?

Essa pergunta exige resposta clara, afinal é o seu dinheiro e você precisa ter total controle sobre o que acontece ou deixa de acontecer. Portanto, fica definida como obrigação aos prestadores de serviço de custódia, de acordo com a Instrução CVM nº 542, que “o custodiante deve realizar a transferência dos valores mobiliários, bem como dos eventuais direitos e ônus a eles atribuídos, ao custodiante indicado pelo investidor”. Além disso, o mesmo artigo em questão – no parágrafo seguinte – define que “a transferência dos valores mobiliários a outro custodiante deve obedecer a procedimentos razoáveis, tendo em vista as necessidades dos investidores e a segurança do processo, e deve ser efetuada em, no máximo, 2 (dois) dias úteis contados do recebimento, pelo custodiante, do requerimento válido formulado pelo investidor”.

Trazer as palavras da CVM para este espaço foi decisão que contou com a necessidade de mostrar a obrigatoriedade, de fato, das instituições custodiantes efetuarem toda transferência de custódia solicitada pelo investidor. Contudo, algumas regras específicas precisam ser pontuadas.

Ao falar em prazo de dois dias úteis, estamos nos referindo apenas a valores mobiliários e isso não inclui fundos de investimentos e produtos específicos ofertados apenas pela corretora de origem (instituição cedente). Fundos, por exemplo, têm prazo diferente e pode ser de até 30 dias úteis para completar portabilidade. Ademais, produtos específicos, como operações atreladas a crédito colateralizado, por exemplo, não fazem parte das obrigações de portabilidade da agente custodiante.             Portanto, esteja atento ao que compõe sua carteira e estratégia de investimentos antes de iniciar qualquer processo de Solicitação de Transferência de Valores Mobiliários (STVM).

E é sobre estratégia, a propósito, o assunto de agora. Por que você quer mudar de instituição? Por que você precisa efetuar uma STVM?

Existem duas possibilidades genéricas que se estendem em muitos pontos específicos, mas geralmente se resumem a produtos oferecidos ou serviços prestados. Sobre produtos, costumam ser motivos cíclicos: por vezes está melhor aqui, por vezes está melhor lá (é claro, comparando instituições concorrentes de qualidades semelhantes). Serviços, por sua vez, é o que mais provoca a necessidade ou vontade da transferência. Afinal, qualidade de atendimento é imprescindível para quem valoriza o próprio patrimônio.

Hoje não vim aqui cheio de informações técnicas e te ensinar o passo a passo de um processo STVM. Vim com o objetivo de te mostrar a possibilidade e, caso esteja pensando nisso, te ajudar a refletir sobre seus motivos. Entender estes pontos é fundamental para tomar sua decisão. Portanto, estude, pense, repense, e escolha a melhor decisão para seu patrimônio. Espero ter contribuído.

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Antes: US$1 | Agora: US$ 2,3milhões

quinta-feira, 07 de março de 2024

            Eu não sou um entusiasta do bitcoin, mas devo admitir que foi a maior alta de todos os ativos financeiros nas últimas décadas.

            Mas afinal, você sabe o que é um bitcoin?

            Eu não sou um entusiasta do bitcoin, mas devo admitir que foi a maior alta de todos os ativos financeiros nas últimas décadas.

            Mas afinal, você sabe o que é um bitcoin?

            Criado em 2009 por uma pessoa (ou grupo) conhecida como Satoshi Nakamoto, é uma forma de dinheiro digital que opera em uma rede descentralizada. Essa criptomoeda ganhou popularidade e reconhecimento global devido à sua natureza descentralizada, segurança criptografada e potencial para disrupção no sistema financeiro tradicional. O ponto que me desperta a curiosidade, entretanto, é se seus criadores esperavam tamanha relevância especulativa do que era para ser uma ferramenta de troca.

            Portanto, é necessário compreender os riscos associados ao mercado de criptoativos a começar pela sua negociação e custódia. As exchanges (corretoras de ativos digitais), por exemplo, embora facilitem a compra, venda e troca de bitcoin, são vulneráveis a falhas de segurança, hacks e até mesmo insolvência. Isso ressalta a importância da auto custódia, onde os indivíduos detêm e controlam diretamente suas próprias chaves privadas, reduzindo significativamente o risco de perda de fundos devido a problemas relacionados à plataforma de terceiros. Vale relembrar o caso da FTX Trading, antiga patrocinadora de estádio da NBA e equipes da Fórmula 1, que chegou ao posto de maior exchange do planeta e terminou sua história em calote bilionário com o dono sendo preso.

            Percebe-se, então, como a mitigação de risco é fundamental para os investidores de bitcoin. Estratégias como diversificação, estabelecimento de limites de exposição e adoção de práticas de segurança cibernética são essenciais para proteger os investimentos em criptomoedas. Além disso, calcular e monitorar o preço médio de compra ao longo do tempo pode ajudar os investidores a tomar decisões mais informadas e a evitar a influência de movimentos de preços de curto prazo.

            No último dia 5, às 11h45 (em horário UTC-3), o bitcoin quebrou seu recorde de preços, atingindo a máxima histórica de US$ 68.800 no que teve seu primeiro registro oficial de preço, em 25 de maio de 2010, cotado a US$ 0,03. São exatamente 229.333.233,3% de lucro desde então. Nesses momentos surgem o sentimento de ansiedade ou preocupação que as pessoas experimentam ao pensar que estão perdendo uma oportunidade valiosa, especialmente quando se trata de investimentos ou eventos sociais. Isso muitas vezes leva indivíduos a agir impulsivamente, com medo de perder os benefícios percebidos, mesmo que isso possa não ser racional ou benéfico a longo prazo.

            Enquanto o bitcoin oferece oportunidades empolgantes, é crucial reconhecer e gerenciar os riscos associados a ele. A conscientização sobre os perigos das exchanges, a valorização da auto custódia, a adoção de medidas de mitigação de risco e a compreensão do preço médio de compra são passos importantes para os investidores. Em um mundo financeiro em constante evolução, a reflexão sobre o futuro do bitcoin não apenas como uma moeda digital, mas como um ativo de investimento, é fundamental para navegar com sucesso pelas complexidades dos mercados de investimento.

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Entendendo e gerenciando os riscos nos investimentos

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Investir é uma maneira eficiente de fazer o dinheiro trabalhar para você, mas como em qualquer empreendimento, existem riscos envolvidos. É crucial compreender e avaliar esses riscos para tomar decisões inteligentes e proteger seu patrimônio financeiro. Três dos principais tipos de risco que os investidores enfrentam são os riscos de mercado, liquidez e crédito.

Investir é uma maneira eficiente de fazer o dinheiro trabalhar para você, mas como em qualquer empreendimento, existem riscos envolvidos. É crucial compreender e avaliar esses riscos para tomar decisões inteligentes e proteger seu patrimônio financeiro. Três dos principais tipos de risco que os investidores enfrentam são os riscos de mercado, liquidez e crédito.

Risco de Mercado: O risco de mercado é a possibilidade de que o valor de seus investimentos seja afetado por mudanças no ambiente econômico e financeiro global. Fatores macroeconômicos, como taxas de juros, inflação, política governamental, desempenho do mercado de ações e eventos geopolíticos, podem influenciar diretamente o valor de seus investimentos. Por exemplo, uma crise econômica global pode levar a uma queda significativa nos preços das ações, afetando negativamente o valor de uma carteira de investimentos.

Gerenciar o risco de mercado envolve diversificar seu portfólio para incluir uma variedade de ativos que se comportem de maneiras diferentes a mudanças no mercado. Isso pode ajudar a mitigar perdas em uma classe de ativos específica enquanto outras estão em bom momento (correlação negativa). Além disso, manter-se atualizado com as tendências econômicas e políticas pode ajudar os investidores a tomar decisões mais informadas.

Risco de Liquidez: O risco de liquidez refere-se à capacidade de comprar ou vender um ativo rapidamente sem afetar seu preço de mercado. Alguns investimentos podem ser mais líquidos do que outros. Por exemplo, ações de grandes empresas listadas em bolsas de valores tendem a ser altamente líquidas, pois podem ser compradas e vendidas facilmente. Por outro lado, investimentos menos líquidos, como imóveis ou títulos de dívida privada, podem levar mais tempo e esforço para vender, o que pode ser problemático se precisar de acesso rápido aos seus fundos.

Para mitigar o risco de liquidez, os investidores devem avaliar cuidadosamente a liquidez dos ativos em que desejam investir. Manter uma parte do portfólio em investimentos líquidos pode proporcionar flexibilidade financeira em momentos de necessidade, como é o caso das alocações de sua reserva de emergência.

Risco de Crédito: O risco de crédito surge quando uma contraparte em um investimento, como um emissor de títulos, não é capaz ou não está disposta a cumprir suas obrigações financeiras. Isso pode resultar em perdas para o investidor, especialmente se o emissor entrar em default. Por exemplo, se uma empresa na qual você possui títulos de dívida declarar falência, você pode perder parte ou todo o seu investimento.

Para mitigar o risco de crédito, os investidores podem diversificar seu portfólio de títulos, investindo em uma variedade de emissores com diferentes classificações de crédito. Além disso, é importante realizar uma análise cuidadosa da qualidade de crédito dos emissores e suas garantias antes de investir em seus títulos.

Investir envolve assumir riscos, e os investidores devem estar cientes dos riscos de mercado, liquidez e crédito associados aos seus investimentos. Ao entender esses riscos e adotar estratégias de gerenciamento adequadas, os investidores podem tomar decisões mais informadas e proteger seu patrimônio financeiro a longo prazo.

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Glossário de renda variável IV – Ações

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

            Já parou para pensar o que acontece quando você compra ações através da bolsa de valores? Entender o conceito por trás do homebroker (plataforma de negociação das Corretoras de Valores) é fundamental para fazer parte da filosofia das companhias e viver a tese dos seus investimentos. Entender os objetivos e modelos de negócio das empresas é tão fundamental quanto refletir os seus valores – ambientais, sociais, trabalhistas e muitos outros – ao seu portfólio de ações.

            Já parou para pensar o que acontece quando você compra ações através da bolsa de valores? Entender o conceito por trás do homebroker (plataforma de negociação das Corretoras de Valores) é fundamental para fazer parte da filosofia das companhias e viver a tese dos seus investimentos. Entender os objetivos e modelos de negócio das empresas é tão fundamental quanto refletir os seus valores – ambientais, sociais, trabalhistas e muitos outros – ao seu portfólio de ações. Contudo, antes de partirmos direto para esses propósitos, vamos rever alguns conceitos a fim de democratizar o conhecimento presente neste texto. Comecemos, então, definindo a bolsa de valores.

            Para tornar possível os negócios em setor de bolsas, é necessário que empresas de infraestrutura de mercado financeiro exerçam atividades primordiais, como – de acordo com a própria bolsa de valores brasileira – a “criação e administração de sistemas de negociação, compensação, liquidação, depósito e registro para todas as principais classes de ativos, desde ações e títulos de renda fixa corporativa até derivativos de moedas, operações estruturadas e taxas de juros e de commodities”. No Brasil, existe apenas uma empresa responsável por exercer tais atividades, a B3 – Brasil, Bolsa, Balcão. Ao redor do mundo, existem diversas outras; como as NASDAQ e Bolsa de Nova York, nos Estados Unidos; a Bolsa de Valores de Londres, na Inglaterra; a Bolsa de Valores de Frankfurt, na Alemanha e por aí vai.

            Contudo, isso pode ficar ainda mais simples quando tomamos consciência de as bolsas globais serem como uma feira (essas de frutas, legumes e carnes) onde encontram-se vendedores e compradores dispostas a negociar determinado produto. Todavia, nessa grande e tecnológica feira da bolsa valores, negociam-se as empresas.

            Mas, então, como chegar nessa “feira da bolsa de valores”? Primeiro, é necessário tornar-se cliente de alguma corretora ou banco de investimentos; são as instituições financeiras, as responsáveis por realizar a comunicação entre você e a bolsa de valores. Posteriormente, é através do homebroker, plataforma de negociação disponibilizada na sua conta da corretora de valores, que você poderá comprar suas ações; e agora começa a sua jornada por boas escolhas. Falemos delas.

            Compor um portfólio de ações não é fácil; mas o conceito é simples. Comprar ações te faz acionista: um pequeno sócio de determinada companhia/empresa. Portanto, é importante compor o seu portfólio com ações de empresas que julga ser coerente tornar-se sócio. Não faz sentido algum comprar determinado papel (nomenclatura técnica sinônima a “ação”) de uma empresa sem saber, nem mesmo, quais os produtos e/ou serviços tal empresa oferece para a sociedade. É a partir daqui que você começa a pôr seus valores em questão: procure entender o propósito da companhia; sua relação e responsabilidade com a sociedade; entenda se os produtos e/ou serviços são realmente relevantes e rentáveis.

            Além de toda essa filosofia de investimentos, entra também a visão fundamentalista; é somente aqui que você analisa os resultados das empresas e, caso bons ou minimamente promissores, as adiciona ao seu portfólio. Mas lembre-se, ponto fundamental é diversificação. Uma carteira bem distribuída, com algumas boas empresas e de diferentes setores são fundamentais para diminuir os riscos de mercado.

            Mais importante que começar a investir, é entender a filosofia por trás do investimento. E isso é bastante simples!

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