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Você conhece o Copom?

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

A essa altura, se me acompanha por aqui, você já sabe de cor e salteado o que é o Comitê de Política Monetária (Copom) e quais são suas atividades no contexto econômico. Contudo, ainda que já tenha certa familiaridade com o tema, pode ser importante acompanhar o raciocínio para elucidar ainda mais os conceitos em sua cabeça. Agora, caso já esteja se sentindo perdido, preste bastante atenção porque este conhecimento vai te ajudar a compreender como a dinâmica de política monetária pode influenciar diretamente no seu dia a dia e como você pode usar isso a seu favor.

A essa altura, se me acompanha por aqui, você já sabe de cor e salteado o que é o Comitê de Política Monetária (Copom) e quais são suas atividades no contexto econômico. Contudo, ainda que já tenha certa familiaridade com o tema, pode ser importante acompanhar o raciocínio para elucidar ainda mais os conceitos em sua cabeça. Agora, caso já esteja se sentindo perdido, preste bastante atenção porque este conhecimento vai te ajudar a compreender como a dinâmica de política monetária pode influenciar diretamente no seu dia a dia e como você pode usar isso a seu favor.

 De acordo com o Banco Central, para começarmos pela definição, o Copom tem o objetivo de “estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a taxa de juros”. Suas competências, portanto, “são definir a meta da Taxa Selic e divulgar o Relatório de Inflação”. É aqui, então, que nossa conversa passa fazer sentido; quando o assunto converge para juros e inflação.

Afinal, quais são esses juros que só o termo é o suficiente para fazer sentido diante do contexto do tema? Aquele sobre qual o Estado está disposto a pagar para financiar suas atividades financeiras. Os juros em questão, talvez já tenha ouvido falar, é a meta da Taxa Selic. Controlando esta ferramenta, o Banco Central é capaz de – entre muitas consequências das atividades do Copom – agir sobre as relações entre oferta e demanda monetárias. Às vezes o dinheiro no seu bolso (os mesmos R$ 10, por exemplo) vale mais, às vezes vale menos: quanto mais alta a Taxa Selic, mais custoso é o dinheiro e maior torna-se o custo de oportunidade sobre o capital. E, por este motivo, ao vermos a Taxa Selic em mínimas históricas num passado ainda bastante recente, o capital migrou para o mercado real e foi um grande incentivo ao empreendedorismo naquela época.

Contudo, é claro, o momento passou também pelo surto global da pandemia do coronavírus e muito se desestabilizou (apesar de ter sido uma ótima hora para o governo emitir seus cheques em benefícios sociais, afinal, o dinheiro estava barato). O destino, como não poderia ser diferente, cobrou caro pela emergência e fez o mundo correr para subir suas taxas de juros: o Brasil viu uma forte escalada da Selic e até a Suíça deixou sua época de juros negativos para bater a marca de 0,5% ao ano.

Consegue absorver a ideia? Juros é ferramenta econômica para manejar a política monetária. Resumidamente, para analisar o momento, esta ferramenta se tornou fundamental para controlar os níveis de inflação. Tudo se encaixa!

No Brasil, a meta da Taxa Selic é divulgada a cada 45 dias pelo Copom. São sempre dois dias de reunião: no primeiro, os chefes de departamento apresentam todas as suas análises técnicas de conjuntura para, enfim, no segundo encontro, deliberar a meta da Taxa Selic por maioria simples de votos. Durante a última semana aconteceu a 249ª reunião do comitê e o anúncio foi de manutenção da taxa em 13,75% a.a. o que sinalizou o possível fim do ciclo de altas e, de acordo com a ata da reunião, “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2023 e, em grau menor, o de 2024.” Ao longo de 2022 ainda teremos mais duas reuniões. Acompanharemos de perto.

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Glossário de crédito

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Como costumo sempre dizer, dominar vocabulário técnico é fundamental para compreender os detalhes de negociações financeiras e manter a sua segurança diante de instituições financeiras. Hoje, especificamente, vamos abordar dez termos ligados ao relacionamento de crédito.

Como costumo sempre dizer, dominar vocabulário técnico é fundamental para compreender os detalhes de negociações financeiras e manter a sua segurança diante de instituições financeiras. Hoje, especificamente, vamos abordar dez termos ligados ao relacionamento de crédito.

Amortização – comumente, dívidas são compostas por juros e valor principal. A amortização refere-se ao pagamento do principal, fazendo com que a dívida seja reduzida ao longo do tempo. Para facilitar a interpretação, precisamos separar em duas partes o valor das parcelas de um produto de crédito: a primeira, cobre os juros da operação, ao passo que a segunda é responsável por amortizar o valor principal e reduzir o valor da dívida contraída.

CET – informada em valor percentual, o Custo Efetivo Total é – como o próprio nome já diz – quanto, de fato, vai custar uma dívida. Aqui, não é informado apenas o valor de juros, mas também é somado todo tipo de custo referente ao produto, como impostos, tarifas bancárias e quaisquer outros encargos embutidos. Portanto, além de comparar juros entre diferentes instituições, estude sempre o CET.

Credor – aquele que concede o crédito ao devedor.

Devedor – aquele que se responsabiliza por uma dívida com o credor.

Dívida – de acordo com a definição do próprio Banco Central, “é a obrigação de pagar algum valor”.

Inadimplência – quando o devedor não assume sua responsabilidade sobre a dívida de acordo com todos as características predeterminadas no momento da contratação, caracteriza-se a inadimplência. O devedor, portanto, torna-se inadimplente.

Juros – o dinheiro tem custos ao longo do tempo. Juros, no caso, são os custos para levar o montante atual a valores futuros e, se for o caso, incluir na taxa o ganho de capital obtido com a operação.

Linha de crédito – o mercado de crédito promove diferentes produtos para diferentes objetivos de seus clientes. Quando os objetivos são semelhantes, uma linha de crédito é identificada. Imagine, por exemplo, que você precisa financiar um imóvel. Neste caso, poderá haver, numa instituição financeira, uma linha de crédito específica para seu objetivo. Outra possibilidade para exercitar a interpretação do conceito, é imaginar as necessidades de um produtor rural para aquisição de insumos ou, até mesmo, indústrias precisando expandir ou renovar suas máquinas: em ambas as possibilidades, haverá no mercado alguma linha de crédito específica para cada uma das necessidades específicas.

Renegociação – quando o devedor se vê em situação de não cumprir o acordo com seu credor e não quer se tornar Inadimplente, há a possibilidade de renegociação da dívida. O objetivo é assumir a responsabilidade da operação para que nenhuma das pontas saia prejudicada da negociação em questão.

Saldo devedor – valor que ainda falta ser amortizado do valor principal.

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“Posso trocar de corretora?”

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

E se, por algum motivo, você quer ou precisa trocar de corretora? O que acontece com seus investimentos? Essa pergunta exige resposta clara, afinal é o seu dinheiro e você precisa ter total controle sobre o que acontece ou deixa de acontecer. Portanto, fica definida como obrigação aos prestadores de serviço de custódia, de acordo com a instrução CVM nº 542, que “o custodiante deve realizar a transferência dos valores mobiliários, bem como dos eventuais direitos e ônus a eles atribuídos, ao custodiante indicado pelo investidor”.

E se, por algum motivo, você quer ou precisa trocar de corretora? O que acontece com seus investimentos? Essa pergunta exige resposta clara, afinal é o seu dinheiro e você precisa ter total controle sobre o que acontece ou deixa de acontecer. Portanto, fica definida como obrigação aos prestadores de serviço de custódia, de acordo com a instrução CVM nº 542, que “o custodiante deve realizar a transferência dos valores mobiliários, bem como dos eventuais direitos e ônus a eles atribuídos, ao custodiante indicado pelo investidor”.

Além disso, o mesmo artigo em questão – no parágrafo seguinte – define que “a transferência dos valores mobiliários a outro custodiante deve obedecer a procedimentos razoáveis, tendo em vista as necessidades dos investidores e a segurança do processo, e deve ser efetuada em, no máximo, dois dias úteis contados do recebimento, pelo custodiante, do requerimento válido formulado pelo investidor”.

Trazer as palavras da CVM para este espaço foi decisão que contou com a necessidade de mostrar a obrigatoriedade, de fato, das corretoras de valores efetuarem toda transferência de custódia solicitada pelo investidor. Contudo, algumas regras específicas precisam ser pontuadas.

Ao falar em prazo de dois dias úteis, estamos nos referindo apenas a valores mobiliários e isso não inclui fundos de investimentos e produtos específicos ofertados apenas pela corretora de origem (instituição cedente). Fundos, por exemplo, têm prazo diferente e pode ser de até 30 dias úteis para completar portabilidade. Ademais, produtos específicos, como operações atreladas a crédito colateralizado, por exemplo, não fazem parte das obrigações de portabilidade da agente custodiante. Portanto, esteja atento ao que compõe sua carteira e estratégia de investimentos antes de iniciar qualquer processo de Solicitação de Transferência de Valores Mobiliários (STVM).

E é sobre estratégia, a propósito, o assunto de agora. Por que você quer mudar de instituição? Por que você precisa efetuar uma STVM? Existem duas possibilidades genéricas que se estendem em muitos pontos específicos, mas geralmente se resumem a produtos oferecidos ou serviços prestados. Sobre produtos, costumam ser motivos cíclicos: por vezes está melhor aqui, por vezes está melhor lá (é claro, comparando instituições concorrentes de qualidades semelhantes). Serviços, por sua vez, é o que mais provoca a necessidade ou vontade da transferência. Afinal, qualidade de atendimento é imprescindível para quem valoriza o próprio patrimônio.

Hoje não vim aqui cheio de informações técnicas e te ensinar o passo a passo de um processo STVM. Vim com o objetivo de te mostrar a possibilidade e, caso esteja pensando nisso, te ajudar a refletir sobre seus motivos. Entender estes pontos é fundamental para tomar sua decisão. Portanto, estude, pense, repense, e escolha a melhor decisão para seu patrimônio. Espero ter contribuído.

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É muito importante conhecer essas palavras

sexta-feira, 09 de setembro de 2022

Conhecer alguns termos técnicos é importante no processo de educação financeira. Vocabulário é fundamental para compreender as mais diversas referências financeiras e, principalmente, estar inserido num contexto em que você possa fazer parte do meio: compreendendo e criticando informações.

Alavancagem: com o objetivo de potencializar resultados, investidores usam determinadas garantias para operar com volume financeiro acima do patrimônio real, podendo resultar em grandes lucros ou prejuízos.

Conhecer alguns termos técnicos é importante no processo de educação financeira. Vocabulário é fundamental para compreender as mais diversas referências financeiras e, principalmente, estar inserido num contexto em que você possa fazer parte do meio: compreendendo e criticando informações.

Alavancagem: com o objetivo de potencializar resultados, investidores usam determinadas garantias para operar com volume financeiro acima do patrimônio real, podendo resultar em grandes lucros ou prejuízos.

Alíquota: valor percentual que incide sobre determinada atividade, geralmente, com finalidade tributária.

Amortização: redução gradual de uma dívida baseada em pagamentos periódicos. Além das taxas de juros, um financiamento calcula um determinado valor a ser pago para reduzir a quantia total da operação.

Ativo e Passivo: ativos são bens ou serviços que agregam rentabilidade; passivos, por sua vez, são bens ou serviços com carga de desvalorização e despesas com o passar do tempo.

CDB: Certificado de Depósito Bancário são títulos emitidos por instituições financeiras. Na prática, ao adquirir um destes títulos, o investidor está emprestando dinheiro em troca de uma rentabilidade pré-definida.

CDI: Certificado de Depósito Interbancário é um dos principais indexadores (taxas de reajustes) dos ativos existentes no mercado financeiro. Taxa de referência para a realização de operações de empréstimos interbancários.

Dividendos: distribuição de parte dos lucros de uma determinada empresa a seus acionistas.

IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, é o índice oficial do Governo Federal para medir inflação.

Liquidez: o período entre investimento e resgate do capital, podendo haver lucro ou não.

Selic: o Sistema Especial de Liquidação e Custódia representa o sistema responsável pelo controle de emissão, compra e venda de títulos públicos federais; fazendo desta taxa, a principal ferramenta de controle inflacionário e outras medidas econômicas.

Se você me acompanha sabe, gosto de trazer determinados conteúdos com certa frequência para estimular o conhecimento e, por consequência, o processo de aprendizagem de novos leitores. A propósito, caso você seja um novo leitor, seja bem-vindo e aproveite este espaço.

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Deflação? Comer continua sendo caro...

sexta-feira, 02 de setembro de 2022

Em tempos de deflação, a comida não para de ficar mais cara. Esta semana, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgou o resultado do IGP-M de agosto. O resultado, deflação de 0,70% para o período. Para o IPCA, índice oficial de inflação medido pelo IBGE, o mês de julho também foi deflacionário e foi calculado em -0,68% - puxado pelo recorde de deflação com o grupo de Transportes, -4,51%. Ainda assim, enquanto isso, a alimentação – o consumo mais básico – está cada vez menos acessível.

Em tempos de deflação, a comida não para de ficar mais cara. Esta semana, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgou o resultado do IGP-M de agosto. O resultado, deflação de 0,70% para o período. Para o IPCA, índice oficial de inflação medido pelo IBGE, o mês de julho também foi deflacionário e foi calculado em -0,68% - puxado pelo recorde de deflação com o grupo de Transportes, -4,51%. Ainda assim, enquanto isso, a alimentação – o consumo mais básico – está cada vez menos acessível.

Antes de começarmos nossa conversa sobre o assunto, precisamos voltar um pouco e entender o que são estes índices e quais são suas utilidades. Basicamente, ambos consideram cestas de produtos e serviços comumente utilizados por grande parte da população; quando aplicados numa fórmula, o resultado da medida de inflação. Mas vamos as diferenças.

IGP-M: medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas, o indicador apura informações sobre a variação de preços entre os dias 21 e 20 do mês da coleta. De acordo com a própria instituição, o índice “é utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.

IPCA: sob responsabilidade do IBGE, o Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor é quem produz o indicador. Medido em meses fechados, do dia 1º ao 30 do mês de referência, o IPCA busca englobar resultados relevantes para famílias com rendimentos de um a 40 salários mínimos.

Contudo, o ponto onde quero chegar precisa destrinchar este assunto e encarar os detalhes individuais do que é medido. Para isso, vamos usar, daqui em diante, apenas o IPCA a partir de agosto de 1999 – mês em que todos os nove componentes do índice passaram a ser medidos simultaneamente.

Numa análise simples de todos estes componentes, o segmento Alimentação e Bebidas lidera os números somando 174,8% de inflação; no mês com a maior inflação do grupo, o índice aferiu 5,85% em novembro de 2002. Pode parecer pouco para quem vivenciou na pele (e no bolso) os tempos de inflação dos anos 80-90, mas é extremamente relevante para economias maduras.

Todavia, a essa altura você pode estar se perguntando: “e por que alimentos?”

Já parou para refletir sobre as extensas cadeias de produção e distribuição de alimentos? Se considerarmos que muitas vezes precisamos cotar em dólares os insumos primários para as cadeias de produção de alimentos, podemos encontrar uma justificativa. A soja, utilizada para a produção de ração animal e o petróleo, para viabilizar combustível para distribuição – ambos comercializados em dólar – podem ser bons exemplos para exercitar a compreensão do cenário. Mas, ainda assim, será que essa justificativa pode ser considerada a verdadeira resposta para um problema social?

Falar e compreender inflação, é fundamental para cobrar e promover políticas públicas. Já que o assunto te interessa (partindo deste princípio, já que está lendo esta coluna), estude. Só o estudo nos proporciona as melhores ferramentas para encontrar as mais assertivas respostas.

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O que é um FII?

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Primeiro de tudo, você sabe o que é um FII?

Na última semana trouxe um texto sobre investimentos imobiliários e algumas possibilidade de fazer bons negócios no setor. Todos sabemos, no Brasil e no mundo, o mercado imobiliário é responsável por atrair investimentos de grande relevância e representam uma parcela relevante do direcionamento de recursos de pessoas físicas – até mesmo por questões culturais.

Primeiro de tudo, você sabe o que é um FII?

Na última semana trouxe um texto sobre investimentos imobiliários e algumas possibilidade de fazer bons negócios no setor. Todos sabemos, no Brasil e no mundo, o mercado imobiliário é responsável por atrair investimentos de grande relevância e representam uma parcela relevante do direcionamento de recursos de pessoas físicas – até mesmo por questões culturais.

Contudo, comprar, construir e alugar diretamente um imóvel não é a única alternativa para direcionar seu patrimônio. Conversamos sobre isso na última semana e, se você não leu, vale a pena voltar lá e conferir.

E para responder a pergunta feita no início desta coluna, FIIs são fundos imobiliários; o foco do assunto de hoje. Chegou a hora de analisar todos os pontos necessários para você estudar e viabilizar seus investimentos neste mercado em ascensão no país.

Participantes (apenas alguns)

- Cotista: você se torna cotista de um FII quando compra suas cotas que, por sua vez, são uma fração do valor patrimonial do fundo.

- Gestor: de acordo com a política de investimentos definida previamente pelo regulamento do fundo, o gestor é o profissional responsável por decidir quais investimentos vão receber as alocações financeiras do fundo.

- Empreendimentos: seja qual for o segmento do fundo (veremos suas distinções adiante), todo investimento realizado por um FII acabará em empreendimentos imobiliários reais. Ou seja, você – de fato – investe em imóveis muitas vezes de primeira linha ao se tornar um cotista destes fundos.

Segmentos

- Fundos de Tijolo: grandes galpões, shopping centers, agências bancárias, hotéis, edifícios comerciais e residenciais; FIIs deste segmento buscam investimentos em ativos reais, concretos, e seu objetivo principal aqui é gerar renda a partir do aluguel destes imóveis.

- Fundos de Papel: Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI), entre outros, são exemplos de investimentos deste segmento. Cada um destes ativos mencionados são títulos de dívida negociados por bancos e financeiras, contudo, com lastro no mercado imobiliário. Um CRI, por exemplo, pode representar um título de dívida emitido por alguma construtora ou incorporadora para a construção de um parque industrial. De toda forma, este não é um segmento com investimento direto em ativos reais.

- Fundos Híbridos: aqui, a explicação vai ser breve. Junte as duas possibilidades acima num único FII e você tem um fundo híbrido de investimentos imobiliários.

Compreender o que é o ativo que você está prestes a investir, ou até mesmo já investe, é fundamental para garantir segurança, assertividade e, principalmente, sinergia com a tese dos seus investimentos. Avaliar e identificar boas oportunidades, por outro lado, já é uma habilidade ainda mais complexa e cria profissionais capacitados para a tarefa, é o caso dos analistas CNPI. Contudo, você também pode buscar aprofundar mais os seus conhecimentos e talvez eu traga estas informações em outro momento oportuno. Estou falando de Vacância, Liquidez, Valor Patrimonial, Cap Rate, Dividend Yeld, Portfólio e muitos outros indicadores que vão levar seus investimentos a patamares ainda mais profissionais.

 Mas hoje a gente fica por aqui e na próxima semana voltamos a nos encontrar para mais conteúdos de Educação Financeira. Até lá!

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Investimentos imobiliários

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Quando falamos em investimentos, os ativos imobiliários estão entre os mais populares no Brasil; o investimento imobiliário, aqui, é cultural. Afinal, quem nunca sonhou em construir ou comprar um imóvel com o intuito de alugá-lo e obter uma renda mensal desse investimento? Parece uma estratégia infalível – e realmente pode ser quando o investidor tem uma carteira de muitos imóveis e empreendimentos do setor –, mas o risco é enorme para quem tem pouco capital.

Quando falamos em investimentos, os ativos imobiliários estão entre os mais populares no Brasil; o investimento imobiliário, aqui, é cultural. Afinal, quem nunca sonhou em construir ou comprar um imóvel com o intuito de alugá-lo e obter uma renda mensal desse investimento? Parece uma estratégia infalível – e realmente pode ser quando o investidor tem uma carteira de muitos imóveis e empreendimentos do setor –, mas o risco é enorme para quem tem pouco capital.

Seguindo a linha de raciocínio da diversificação (você se lembra que este é um ponto fundamental para o sucesso e segurança da sua estratégia, não é mesmo?), vamos montar um cenário hipotético onde o investidor passou a vida trabalhando para construir seu patrimônio e agora tem um único imóvel como investimento. Seu objetivo? Gerar renda mensal.

Dentro deste cenário, imagine que – por força do destino – o último inquilino saiu há dois meses e você ainda está sem ninguém interessado em alugar seu imóvel. Já é um contexto terrível para quem dependia dessa renda, mas quando chegou o quinto mês sem nenhum locatário o proprietário decide alugar mais barato e o retorno sobre o patrimônio já é mínimo. Por fim, agora existe alguém locando este imóvel, mas desta vez o inquilino é desrespeitoso, não paga o aluguel em dia, não cuida do imóvel, traz enormes desconfortos e o final desta história a gente já conhece: muita dor de cabeça e pouco dinheiro.

Percebe onde quero chegar? Hoje, meu intuito é mostrar as possibilidades de investimentos imobiliários rentáveis e sem toda a burocracia da administração direta. Através do FIIs (Fundos de Investimentos Imobiliários), você pode se tornar cotista de investimentos em imóveis de primeira linha com locatários de primeira linha. Já pensou em ser dono de um prédio inteiro locado para uma grande indústria farmacêutica? Ou talvez uma rede de galpões logísticos locados para centro de distribuição de grandes marcas, o que acha? Quem sabe, investimentos em uma rede de shoppings ou hotéis?

Os FIIs são negociados em mercado de bolsa, com liquidez de dois dias úteis e distribuem mensalmente (em grande maioria), aos seus cotistas, os devidos proventos referentes aos aluguéis recebidos pelos imóveis alugados e já isentos de imposto de renda. Tudo isso dentro de normas e regulamentações específicas e auditadas pelas instituições responsáveis pelo bom funcionamento dos mercados, como as CVM e Ambima, por exemplo.

Esses são os FIIs, complexos dentro de sua simplicidade. A ideia aqui, é fazer seu patrimônio gerar renda mensal (seja para custear seu estilo de vida, seja para reinvestir seu patrimônio) e ser corrigido pela inflação (além, é claro, de gerar valorização do seu investimento ao longo do tempo; exatamente como um imóvel, afinal, você está investindo em imóveis reais). Sem fazer disso uma recomendação de investimentos, sinto-me extremamente à vontade ao dizer que – pessoalmente – os Fundos de Investimentos Imobiliários são minha classe favorita de investimentos. Portanto, considere-os como parte de sua diversificação.

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Nem tão mais do mesmo

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Dessa vez já não é tão mais do mesmo. Na última semana passamos por mais uma reunião do Copom e, sem nenhuma surpresa, outro aumento da taxa de juros. Foi o 12º reajuste consecutivo e há algum tempo venho dizendo que estamos vivendo mais do mesmo. Então por que será que desta vez é diferente? IPCA artificialmente deflacionário em - 0,68% no mês de julho. Isso faz ser diferente.

Dessa vez já não é tão mais do mesmo. Na última semana passamos por mais uma reunião do Copom e, sem nenhuma surpresa, outro aumento da taxa de juros. Foi o 12º reajuste consecutivo e há algum tempo venho dizendo que estamos vivendo mais do mesmo. Então por que será que desta vez é diferente? IPCA artificialmente deflacionário em - 0,68% no mês de julho. Isso faz ser diferente.

Voltando um pouco aos nossos últimos assuntos, vamos relembrar o maior risco econômico global para os próximos anos: estagflação. Para quem não sabe, a união de contextos econômicos com inflação e recessão financeira simultaneamente. Era sobre este cenário que embasamos todos os nossos últimos assuntos abordados neste espaço. O que não podíamos prever nos últimos meses eram os ajustes tributários sobre combustíveis e os impactos provocados pela medida política. Bom, o resultado? Mais uma vez, deflação.

Contudo, um cenário deflacionário artificial. Repare, vez ou outra é normal nos depararmos com o índice IPCA em patamares negativos; faz parte de uma tendência inflacionária (e falo pela nossa realidade emergente e não de país desenvolvido) a economia encontrar assimetrias de oferta e demanda e fechar o mês com resultados negativos do índice. Mas dessa vez não teve a ver apenas com consumo ou produção, a medida tomada pelo governo nacional impactou diretamente as métricas inflacionárias.

Entretanto, como não estamos aqui para discutir políticas públicas – e nem é o intuito desta coluna –, é hora de avaliarmos os impactos diretos sobre a população. Na verdade, mais objetivamente aos investimentos desta. Afinal, até os investidores mais conservadores podem sentir os impactos deste resultado.

Costumo falar muito das possibilidades de investimentos em renda fixa e como você deve adaptar seu planejamento aos diferentes momentos econômicos a fim de alcançar os melhores resultados para suas estratégias. Portanto mantenha-se sempre atento e disposto a estudar.

Nas últimas semanas, muitos investidores “caíram na furada” de títulos de curto prazo com potencial de lucratividade aparentemente exorbitante. Um exemplo do que estava por vir. Com a projeção de IPCA negativo, títulos atrelados ao índice como o NTN-B (Tesouro IPCA+), podem ter sido veículo de perdas financeiras caso o prazo não ultrapassasse uma estimativa de dois meses de duração. Títulos bancários como CDBs, LCIs e LCAs, por exemplo, por terem a exigência de prazos mínimos de um ano de duração acabam sendo mais seguros e capazes – de fato – de garantir a rentabilidade real do seu investimento. Afinal, deflação no Brasil em um mês ou outro pode até acontecer, mas ao longo de 12 meses do ano é, ainda, inimaginável.

Voltando aos impactos nos seus investimentos (caso não tenha caído em nenhuma pegadinha), é importante passar aqui para lhe tranquilizar sobre todo o seu patrimônio atrelado a índices de inflação. Em meses deflacionários, o valor apresentado na sua corretora pode até ter ajustes negativos, mas ao longo do tempo é a melhor forma de garantir a proteção do seu poder de compra.

Renda fixa também varia e é importante ter consciência das movimentações econômicas. Portanto, siga firme em seu planejamento e tome melhores decisões a cada dia. O futuro te reserva bons resultados.

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Oito reflexões do investidor

sexta-feira, 05 de agosto de 2022

É inegável, o ato de investir é singular e o personagem principal desta história é único – dentre muitos. Investidor é aquele que busca por boas oportunidades de mudar o mundo ao seu redor. Afinal, não será qualquer solução rasa a responsável por gerar valor o suficiente para refletir em ganho de capital. Investimento é o nome dado àquilo de que se abre mão, hoje, a fim de colher algo ainda mais relevante no futuro.

É inegável, o ato de investir é singular e o personagem principal desta história é único – dentre muitos. Investidor é aquele que busca por boas oportunidades de mudar o mundo ao seu redor. Afinal, não será qualquer solução rasa a responsável por gerar valor o suficiente para refletir em ganho de capital. Investimento é o nome dado àquilo de que se abre mão, hoje, a fim de colher algo ainda mais relevante no futuro.

Portanto, como concluir tal objetivo? Mais uma vez, gerando valor no dia a dia de cada indivíduo beneficiado pelo projeto. Este, por sua vez, depende de muita análise e diferentes pontos de vista. Para resumir em alguns tópicos, separei oito reflexões que todo investidor estuda ao decidir alocar seus recursos em algum novo investimento. Confira.

Tese: o primeiro passo é compreender a solução vendida pelo projeto. “Que problema o meu dinheiro vai solucionar?”, pergunta-se um investidor consciente. A tese de investimentos é o que determina se a sua alocação de capital é capaz de propor alguma solução eficiente de um problema real.

Risco: pensei até em não elencar este tópico na lista, seriam apenas “sete reflexões do investidor” se todos fossemos capazes de compreender que daqui para baixo tudo é análise de risco. Contudo, apenas acreditar na tese não é um risco para seus investimentos; afinal, você ainda não investiu.

Alavancagem: com o objetivo de potencializar rendimentos, investidores e empresas usam determinadas garantias para operar com volume financeiro acima do patrimônio real e, assim, alavancar resultados. Resultados! Lucros e prejuízos.

Liquidez: o período entre investimento e resgate do capital.

Cotação: preço de equilíbrio, em determinado instante, calculado via livre mercado a partir das relações de oferta e demanda. Em bolsa de valores, nada mais é que o preço de determinado ativo num exato instante.

Volatilidade: na bolsa de valores, volatilidade representa a variação das cotações de determinado ativo em um período estipulado, possibilitando parâmetros de estabilidade ou instabilidade do investimento.

Resultado: aqui, a rentabilidade do investimento em sua tese. Será que fez ou gastou dinheiro? Só o futuro pode responder.

Garantias: o futuro, portanto, pode ter determinadas garantias para evitar grandes surpresas em seu resultado. Alguns investimentos podem contar com garantias de taxas de rentabilidade, instituições garantidoras do capital do investidor e direitos de preferência no recebimento de dívidas, por exemplo, são algumas possibilidades.

Investidores têm características únicas e individuais. Pensa em construir patrimônio e participar do desenvolvimento social? Invista no que acredita e busque gerar resultados positivos.

Hoje não me parece o melhor momento para debatermos sobre princípios. Sabemos, é claro, que nem tudo são flores é há muito o que ser refletido sobre valores sociais, culturais, ambientais e humanitários dentro de toda a cadeia. Portanto, façamos a nossa parte em prol do bem.

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Sabe o que me preocupa?

sexta-feira, 29 de julho de 2022

INADIMPLÊNCIA! Sim, o endividamento das famílias brasileiras me traz muitas preocupações acerca do que o futuro reserva para a qualidade de vida da população. Apesar de ser uma tendência global, inclusive entre economias soberanas de países desenvolvidos, não há nada que se compare às retaliações aplicadas ao consumidor individual. Perder acesso a recursos básicos por não ter “nome limpo na praça” chega a ser brutal.

INADIMPLÊNCIA! Sim, o endividamento das famílias brasileiras me traz muitas preocupações acerca do que o futuro reserva para a qualidade de vida da população. Apesar de ser uma tendência global, inclusive entre economias soberanas de países desenvolvidos, não há nada que se compare às retaliações aplicadas ao consumidor individual. Perder acesso a recursos básicos por não ter “nome limpo na praça” chega a ser brutal. Hoje, no Brasil, de acordo com dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio, em maio deste ano, o número de famílias endividadas representava mais de 77% dos lares do país. Neste mesmo estudo, os números apontavam, em média, 30% do orçamento já comprometido com o compromisso das dívidas.

Estes dados realmente me preocupam. E me preocupam de verdade; é uma sensação verídica. Afinal, se – praticamente – oito a cada dez lares lidam com suas dívidas como parte do orçamento (se é que estão, de fato, já enquadradas em suas devidas contas), é muito provável que você e sua família estejam passando pelo mesmo cenário de incertezas.

Mas não se envergonhe! Juntos vamos erguer a cabeça e assumir a responsabilidade de superar este desafio. Virar a página de um momento difícil. Agora, vamos estudar as possíveis estratégias de quitação de dívidas e estruturar o seu planejamento para conquistar este objetivo. Então é hora de botar a mão na massa: eu enumero as atividades a serem executadas e você se compromete em concluir o que precisa ser feito.

- Mapear dívidas: aqui, você precisa listar todas os seus compromissos de acordo com taxa de juros, Custo Efetivo Total (CET), parcelas pagas e parcelas em aberto. Ponha tudo num caderno ou alguma planilha.

- Classificação: comece a atribuir grau de prioridade para cada uma das dívidas e comece pelas mais caras. Por mais que valores financeiros altos chamem atenção, as dívidas mais caras são as que concentram o maior CET. Este, por sua vez, é representado por juros mais taxas e encargos. Portanto, quanto maior o CET mais cara a dívida e, consequentemente, a com maior urgência de quitação. A partir daqui você pode atribuir graus de prioridade a sua estratégia e torna mais palpável um futuro livre destes compromissos.

- Negociação: mostre resiliência, se apresente perante cada um dos seus credores e apresente o planejamento que acabou de construir. Falar que “vai pagar” é insuficiente para qualquer tipo de barganha; agora, com planejamento claro e prático, há espaço para novas negociações e você pode ter a chance de descontos de quitação ou, até mesmo, a possibilidade de renegociação de suas dívidas.

- Proatividade: se você não fizer, ninguém fará por você. Então, meus amigos, é hora de correr atrás do prejuízo. Seja proativo no planejamento e execução da atividade que pode virar o jogo do seu contexto financeiro.

 Assumir dívidas é difícil; assumir a inadimplência, ainda mais. Portanto, é hora de deixar a humildade aflorar. Manter a disposição de planejamentos bem executados e uma vida recheada de qualidade de vida. Em breve – não é promessa para a próxima semana – a gente se reencontra e conversa sobre o próximo (deveria ser o primeiro) passo: dívidas planejadas.

Por ora, fica aqui meu grande abraço!

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