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Cinco dicas para usar bem o seu cartão de crédito

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Repensar comportamentos de consumo é o primeiro passo para viver com saúde financeira, mas ter estratégias para ir às compras pode deixar suas decisões ainda mais inteligentes. Pensando nisso, separei cinco dicas de como você pode usar cartão de crédito a seu favor.

Anuidade

Repensar comportamentos de consumo é o primeiro passo para viver com saúde financeira, mas ter estratégias para ir às compras pode deixar suas decisões ainda mais inteligentes. Pensando nisso, separei cinco dicas de como você pode usar cartão de crédito a seu favor.

Anuidade

Pode parecer comum para muitos, mas a anuidade traz custos desnecessários capazes de manter uma poupança bastante razoável ao longo do ano. Atualmente, encontrar cartões totalmente isentos desta taxa e de boa qualidade é comum. A competitividade do setor foi responsável pela movimentação de mercado e hoje as possibilidades são muito amplas para nos contentarmos com cartões com cobranças desnecessárias.

Débito automático

Esquecer não é uma possibilidade. Já experimentou pagar seu cartão alguns poucos dias após o vencimento da fatura? É uma decisão nada inteligente e extremamente cara. Apesar de seu uso rotineiro, cartões de crédito fazem parte das linhas de crédito com juros mais altos do mercado financeiro. Com taxa média de 14,53% ao mês, os juros compostos podem levar esse número para 409,26% ao ano. São números divulgados pelo Banco Central do Brasil em dezembro do ano passado e deixam ainda mais evidentes a minha preocupação em não deixar passar sequer um dia da data de vencimento. Já pensou usar R$ 1 mil com o cartão de crédito e dever R$ 5 mil em um ano?

Planeje o parcelamento

De suas compras, e não da fatura! Parcelar suas compras é uma possibilidade inteligente sempre que o pagamento à vista não oferecer nenhum tipo de desconto. Mas cuidado com a bola de neve que pode surgir com a falta de planejamento. A propósito, como já disse, parcelar a fatura não é uma opção. Mas é mais barato do que ficar no rotativo. Este parcelamento teve taxa de juros média, em dezembro de 2022, de 182,40% ao ano.

Não pague o mínimo

Arcar somente com os custos do valor mínimo é apenas mera formalidade para a inadimplência. Pagar o mínimo, transforma todo o resto da fatura em saldo devedor e os juros incidem sobre o valor pendente.

Programas de benefícios

Seu cartão possibilita o cadastro em algum programa de pontos, milhas ou cashback? Mais um avanço decorrente da competição de mercado, aqui existe uma excelente possibilidade de garantir benefícios por usar seus cartões. Vale conferir quais serviços são oferecidos pelo seu cartão e usá-los a seu favor.

Hoje, conversamos sobre uma ferramenta financeira. E toda ferramenta, é claro, precisa ser bem utilizada para cumprir seu papel de forma eficaz.

Use muito o seu cartão (faço exatamente isso com os meus), mas mantenha a responsabilidade do uso consciente.

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Tem banco quebrando... busque suas garantias!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

São tempos difíceis. Juros altos, risco global de recessão e inflação ainda fora de controle. Não é sem justificativas a busca por alocações de recursos em alternativas capazes de garantir a segurança do investidor e de seu patrimônio. O problema, entretanto, fica ainda maior quando o risco enfrentado é de crédito.

São tempos difíceis. Juros altos, risco global de recessão e inflação ainda fora de controle. Não é sem justificativas a busca por alocações de recursos em alternativas capazes de garantir a segurança do investidor e de seu patrimônio. O problema, entretanto, fica ainda maior quando o risco enfrentado é de crédito.

Faz algumas semanas, o caso era Lojas Americanas. Dessa vez, o “quebra quebra” está em instituições financeiras. Nesta semana, na mesma quarta-feira, foi a vez de BRK S.A. e Portocred S.A. – duas empresas do setor financeiro. Como é de costume para companhias do setor, a emissão de títulos para captação de recursos a fim de viabilizar suas operações era atividade comum das duas empresas e a relação entre investidor, banco/financeira e cliente funcionava como rotina operacional. O problema, portanto, começa quando agências de rating passam a considerar mais relevante o risco corrido por investidores que compram o título destes emissores em busca de remuneração pelo capital.

Para traduzir um pouco o que está sendo abordado aqui, vamos voltar um pouco e compreender ainda melhor o contexto. BRK e Portocred são instituições financeiras e, portanto, permitidas pelo Banco Central a emitirem títulos bBancários (como CDB, LCI e LCA, por exemplo) a fim de financiarem suas atividades. Após a emissão, investidores compram estes títulos em troca de remuneração financeira e o ciclo se encerra quando a instituição emitente recebe todos os compromissos acordados com seus clientes para obterem lucro com suas operações e, por fim, pagar a remuneração de seus investidores na data de vencimento de um título.

Mas e se, por acaso do destino, a instituição financeira não fizer boa gestão operacional de seus produtos e vir à falência? Bom, foi exatamente o que aconteceu. Depois de algumas fortes crises financeiras ao longo da história do setor bancário, o mundo parou para repensar sobre a necessidade de garantias para investimentos bancários e no Brasil não foi diferente. Aqui, em 1995 surge o Fundo Garantidor de Crédito; responsável por garantir liquidez de instituições inoperantes (em outras palavras, falidas ou em processo de recuperação judicial). Na época, a garantia era restrita a R$ 20 mil e muita coisa mudou desde então. Hoje, as garantias são outras e vão prover segurança ao seu patrimônio. A propósito, você tem investimentos em títulos de BRK S.A. e Portocred S.A.?

Se a resposta for positiva, é hora de recorrer ao FGC. Suas garantias estão limitadas a R$ 250 mil para cada uma das instituições. Portanto, caso tenha investimentos acima deste valor, infelizmente os prejuízos não serão cobertos. Ver bancos quebrando nos fazem repensar sobre a qualidade das alocações de nossa carteira de investimentos. Já conferiu a classificação de rating (risco de crédito) dos seus títulos bancários? Lembre-se sempre: apesar de existir o FGC, suas garantias ficam limitadas a R$ 1 milhão a cada quatro anos. Conhecer o risco de cada ativo traz segurança patrimonial. Use isso a seu favor!

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Dez termos para entender suas finanças

quinta-feira, 09 de fevereiro de 2023

Desenvolvimento de linguagens é algo fundamental para estabelecer plena comunicação. Além de idiomas, nichos específicos também criam suas próprias formas de expressão e no mercado financeiro não é diferente. Hoje separei alguns termos específicos e essenciais para você desenvolver sua capacidade de compreensão.

Alavancagem: com o objetivo de potencializar resultados, investidores usam determinadas garantias para operar com volume financeiro acima do patrimônio real, podendo resultar em grandes lucros ou prejuízos.

Desenvolvimento de linguagens é algo fundamental para estabelecer plena comunicação. Além de idiomas, nichos específicos também criam suas próprias formas de expressão e no mercado financeiro não é diferente. Hoje separei alguns termos específicos e essenciais para você desenvolver sua capacidade de compreensão.

Alavancagem: com o objetivo de potencializar resultados, investidores usam determinadas garantias para operar com volume financeiro acima do patrimônio real, podendo resultar em grandes lucros ou prejuízos.

Amortização: comumente, dívidas são compostas por juros e valor principal. A amortização refere-se ao pagamento do principal, fazendo com que a dívida seja reduzida ao longo do tempo. Para facilitar a interpretação, precisamos separar em duas partes o valor das parcelas de um produto de crédito: a primeira, cobre os juros da operação, ao passo que a segunda é responsável por amortizar o valor principal e reduzir o valor da dívida contraída.

CET: informada em valor percentual, o Custo Efetivo Total é – como o próprio nome já diz – quanto, de fato, vai custar uma dívida. Aqui, não é informado apenas o valor de juros, mas também é somado todo tipo de custo referente ao produto, como impostos, tarifas bancárias e quaisquer outros encargos embutidos. Portanto, além de comparar juros entre diferentes instituições, estude sempre o CET.

CDB: Certificado de Depósito Bancário são títulos emitidos por instituições financeiras. Na prática, ao adquirir um destes títulos, o investidor está emprestando dinheiro em troca de uma rentabilidade pré-definida.

CDI: Certificado de Depósito Interbancário é um dos principais indexadores (taxas de reajustes) dos ativos existentes no mercado financeiro. Taxa de referência para a realização de operações de empréstimos interbancários.

Dividendos: distribuição de parte dos lucros de uma determinada empresa a seus acionistas.

Fundo de investimento: ferramenta responsável por reunir o capital de diversas pessoas com o objetivo comum de realizar determinados investimentos. Gerido e administrado por especialistas, fundos de investimentos regulamentados são a forma de viabilizar investimentos financeiros em grupo e cada participante (cotista) recebe sua proporção da totalidade em forma de cotas.

IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, é o índice oficial do Governo Federal para medir inflação.

Liquidez: o período entre investimento e resgate do capital, podendo haver lucro ou não.

Selic: o Sistema Especial de Liquidação e Custódia representa o sistema responsável pelo controle de emissão, compra e venda de títulos públicos federais; fazendo desta taxa, a principal ferramenta de controle inflacionário e outras medidas econômicas.

Compreender todos os detalhes de um acordo ou contratação financeira é fundamental para manter os seus interesses longe dos riscos da falta de conhecimento – que podem acarretar má fé de agentes e instituições. Para isso, a ferramenta mais eficiente é a comunicação plena.

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Novidades no Tesouro Direto

quinta-feira, 02 de fevereiro de 2023

Para começarmos a falar das novidades, primeiro vale fortalecer alguns conceitos básicos. Tesouro Direto não é um produto, mas uma plataforma onde se concentram diferentes títulos emitidos pelo Governo Federal. É através do Tesouro Direto que investidores podem comprar títulos públicos para financiar projetos a nível nacional e receber sua remuneração com garantia soberana do Tesouro Nacional.

Para começarmos a falar das novidades, primeiro vale fortalecer alguns conceitos básicos. Tesouro Direto não é um produto, mas uma plataforma onde se concentram diferentes títulos emitidos pelo Governo Federal. É através do Tesouro Direto que investidores podem comprar títulos públicos para financiar projetos a nível nacional e receber sua remuneração com garantia soberana do Tesouro Nacional. Sim, estamos falando da classe de ativos mais segura do país e toda a dívida criada com investidores é direcionada apenas para investimentos, não sendo possível o Tesouro emitir novos títulos para financiar custos de seu orçamento.

É na plataforma do Tesouro Direto que o investidor pessoa física pode se relacionar diretamente com o emissor (o Tesouro Nacional) e acessar três  principais títulos: Prefixado, Tesouro Selic e Tesouro IPCA. O Prefixado e Tesouro IPCA, por sua vez, ainda têm a variante com pagamentos semestrais de juros até a data de vencimento. Mas então, onde entra a novidade já mencionada no próprio título deste texto? Numa quarta classificação de títulos, o Tesouro Renda+.

 Com funcionamento semelhante ao Tesouro IPCA, o Tesouro Renda+ promove ganho de capital com retorno híbrido entre inflação e prefixado. Um exemplo? Imagine a taxa de rentabilidade anual em IPCA + 6,38%. Esta é a taxa do Tesouro Renda+ 2055. Aqui, todos os seus investimentos serão corrigidos pela inflação do período e acrescidos de uma taxa prefixada em 6,38% ao ano.

Mas então, se tão semelhantes, como escolher entre um investimento em Tesouro Renda+ ou Tesouro IPCA? Pois bem, essa é a grande novidade! Tornando-o único entre todas as possibilidades, o Renda+ te garante um complemento de aposentadoria com pagamentos mensais ao longo de 20 anos.

De acordo com o IBGE, 46% dos brasileiros afirmam que o valor da aposentadoria não é o suficiente para cumprir com suas obrigações financeiras. Por esse motivo, outras estratégias podem ser consideradas alternativas: como a previdência privada ou, a grande novidade, o Tesouro Renda+.

Então, usando as ferramentas da própria plataforma do Tesouro Direto, que tal fazermos uma simulação? Para isso, precisaremos de alguns dados e vou usar informações fictícias para ilustrarmos os cálculos. Imagine que Maria tem 43 anos e pretende se aposentar aos 65 com renda mensal de R$ 2.500. Se ela tiver R$ 30 mil de investimento inicial, precisará contribuir mensalmente com aproximadamente R$ 228,43 no Tesouro Renda+ 2045. Nessas condições, a partir de janeiro de 2045 Maria poderá contar com essa renda mensal para complementar sua aposentadoria do INSS.

Se você acompanha esta coluna já tem conhecimentos financeiros mais rebuscados e deve estar se perguntando: mas receber R$ 2,5 mil em 2045 vai valer a pena? Sim, porque será esse valor corrigido por toda a inflação do período.

De acordo com o Tesouro Nacional, vamos às características específicas do Renda +:

- O investidor escolhe uma data de aposentadoria e garante um salário complementar por 20 anos;

- O salário recebido por 20 anos é mensalmente corrigido pela inflação, garantindo assim o poder de compra;

- Sem cobrança de Taxa de Custódia da B3 para quem carregar o título até o vencimento;

- É possível começar a investir no Tesouro Renda+ com aproximadamente R$ 30.

Para começar é simples, basta acessar a plataforma online do Tesouro Direto. Cuidar do seu futuro pode ser a melhor decisão a ser tomada hoje.

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99,15% de prejuízo nas Lojas Americanas

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

O impacto foi grande. De um escândalo que começou com R$ 20 bilhões, vimos ao longo desta semana o pedido da 4ª maior recuperação judicial do Brasil chegando a R$ 43 bi. O problema vem de financiamentos a fornecedores e se estende a toda a cadeia de distribuição de títulos e valores mobiliários do mercado financeiro do Brasil. Ao todo, a lista de credores das Lojas Americanas chega a quase oito mil nomes.

O impacto foi grande. De um escândalo que começou com R$ 20 bilhões, vimos ao longo desta semana o pedido da 4ª maior recuperação judicial do Brasil chegando a R$ 43 bi. O problema vem de financiamentos a fornecedores e se estende a toda a cadeia de distribuição de títulos e valores mobiliários do mercado financeiro do Brasil. Ao todo, a lista de credores das Lojas Americanas chega a quase oito mil nomes. Com o “tombo” da companhia, 1.057 fundos de investimentos foram afetados e mais de 130 mil CPFs estavam listados como pequenos acionistas da AMER3 (ticker da empresa na Bolsa de Valores).

Analisando impactos antes de entrarmos no mérito de uma carteira de investimentos bem distribuída, é momento de fazermos as contas com os preços das ações e o que aconteceu com quem tinha suas ações. No dia seguinte à divulgação de inconsistências nos balanços financeiros das Lojas Americanas, o papel derreteu na abertura do pregão – e não saiu do leilão durante todo o dia, nada de operações normais. Em 11 de janeiro de 2023, as ações fecharam as negociações custando R$ 11,71; quando abriram no dia seguinte, portanto, custavam muito menos e fecharam o dia a R$ 2,60 (77,8% de queda).

Contudo, é claro, mais algum tempo se passou e a informação que o mercado tinha naquele momento deixou de ser verdade e os valores em dívidas dobraram. Resultado? Mais quedas! Nesta quinta-feira, 26, enquanto escrevo esta coluna, as ações de AMER3 estavam cotadas em R$ 1,03 e traz o resultado de -91,2% no período entre os últimos dias 11 e 26. Semanas de terror para quem tinha parte de seus investimentos na companhia, mas ainda tem como piorar.

Já reparou que daqueles 130 mil CPFs de acionistas se comportam em grupo? Quanto maior a euforia, maior a vontade de participar dos investimentos – é a lógica irracional do investidor despreparado. Em agosto de 2020, quando a ação chegava a sua máxima histórica, o papel custava R$ 121 e alguém o comprou nesse patamar de preços. Sabe o que aconteceu com um investimento de R$ 100mil em AMER3 que manteve sua posição desde aquela data e vendeu no dia de hoje? Se tornou R$ 851,24 – um total de 99,15% de prejuízo.

Outra possibilidade de investimentos em Lojas Americanas é se tornar credor – sim, emprestar dinheiro em troca de juros. Aqui entram as debêntures da companhia e, diferente dos mercados de ações, há algumas garantias específicas de pagamento ao credor (investidor). Aqui, não vou me estender muito, mas essas garantias são a possibilidade de reaver capital diante de processo judicial. Ao contrário do investimento em ações, o investidor de debêntures ainda tem maior expectativa de redução de danos. Mas vamos nos atentar ao mínimo. Afinal, o óbvio também precisa ser dito.

Diversificação é a chave dos seus investimentos e o maior erro cometido pelo investidor é concentrar grande parte do patrimônio em um único emissor. Num ditado antigo, a mensagem já era clara: “Não coloque todos os ovos na mesma cesta”. Investimentos fundamentados, mitigam riscos a partir deste princípio. Como exemplo, o fundo de investimentos que eu mesmo utilizo para manter minhas reservas possuía, em seu portifólio, 0,26% do patrimônio líquido em debêntures das Lojas Americanas. Vai impactar sua performance, é claro, mas não vai quebrar.

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Open Finance, a evolução do Open Banking

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Faz mais de um ano quando o assunto nesse espaço era sobre a medida revolucionária para relações entre instituições financeira e seus clientes. Adotada e implementada pelo Banco Central do Brasil, a ferramenta foi capaz de democratizar o acesso a serviços financeiros e promover maior competitividade entre os participantes do mercado.

Faz mais de um ano quando o assunto nesse espaço era sobre a medida revolucionária para relações entre instituições financeira e seus clientes. Adotada e implementada pelo Banco Central do Brasil, a ferramenta foi capaz de democratizar o acesso a serviços financeiros e promover maior competitividade entre os participantes do mercado.

O dia era 6 de agosto de 2021 quando a reflexão foi trazida aqui pela primeira vez. Na época, o Brasil ainda aguardava ansiosamente a conclusão da terceira etapa do Open Banking, que veio a ser concluído com a quarta etapa entregue em 15 de dezembro do mesmo ano. Esta por sua vez, já previa a ampliação do conceito que estava prestes a ser introduzido na forma de clientes manterem suas relações comerciais com bancos, financeiras, seguradoras, corretoras de investimentos e, entre outros, novas fintechs (empresas responsáveis pelo desenvolvimento de tecnologia financeira). Ainda era cedo para imaginar, mas a partir daquele momento o Open Banking acabava com o seu próprio nome para dar espaço ao que hoje se tornou o Open Finance.

Este novo conceito, entretanto, passa a ser realidade apenas no ano seguinte, quando a resolução conjunta 4, de 24 de março de 2022 passa a vigorar e tratar o projeto a partir de sua nova nomenclatura: Open Finance.

Mas o que então caracteriza essas “finanças abertas”? Quais são as vantagens para o usuário de produtos e serviços bancários? Como aderir? É seguro? Essas perguntas estão prestes a serem respondidas, portanto, continue até o final.

De acordo com o Banco Central do Brasil, “Open Finance, ou sistema financeiro aberto, é a possibilidade de clientes de produtos e serviços financeiros permitirem o compartilhamento de suas informações entre diferentes instituições autorizadas pelo Banco Central e a movimentação de suas contas bancárias a partir de diferentes plataformas e não apenas pelo aplicativo ou site do banco, de forma segura, ágil e conveniente.” Reforçando a definição, repare como é o cliente o responsável pela autorização do compartilhamento desse conteúdo; é ele quem decide quais e por quanto tempo as informações serão disponibilizadas a determinadas instituições – também definidas pelo consumidor, que passa a ser o dono dos próprios dados.

 Logo, quando paramos para enumerar todas as vantagens e benefícios do Open Finance, podemos destacar: maior transparência; inclusão de segmentos desassistidos, controle financeiro, portabilidade de relacionamento; e, também, a possibilidade de implementação de novos modelos de negócio.

Definidos o projeto e suas vantagens, é hora de saber como contratar. Para isso, basta acessar o ambiente logado (pode ser o app) do banco ao qual é correntista e deseja receber os dados. Por exemplo, se você tem seu histórico de relacionamento com o banco A, mas o banco B pode te oferecer melhores condições de algum produto específico, basta clicar em Open Finance no aplicativo do banco B e solicitar o recebimento de informações do banco A. Simples assim. Lembrando, é claro, para garantir sua segurança você pode contar com a LGPD e a personalização de informações a serem compartilhadas.

Por fim, e não menos importante do que conhecer esta ferramenta, experimente! Só assim você poderá entender na prática como é possível ter acesso a produtos e serviços mais vantajosos. Como aumentar o limite do seu cartão de crédito, reduzir custos do seu financiamento ou obter maiores vantagens na contratação de um seguro de vida, por exemplo.

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Já comprou o material escolar dos filhos?

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

A inflação não está dando trégua e atingiu com força a lista de material escolar. Segundo o IBGE – responsável por pesquisas e cálculos do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) –, os artigos de papelaria chegaram a atingir reajuste de preços equivalente ao dobro da inflação de 2022. Em números, esses itens tiveram alta de 10% ao longo do último ano.

A inflação não está dando trégua e atingiu com força a lista de material escolar. Segundo o IBGE – responsável por pesquisas e cálculos do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) –, os artigos de papelaria chegaram a atingir reajuste de preços equivalente ao dobro da inflação de 2022. Em números, esses itens tiveram alta de 10% ao longo do último ano.

Contudo, é claro, nem tudo está perdido (ainda). Se você me acompanha por aqui todas as sextas-feiras já sabe: nossos leitores são mais bem preparados para tudo o que envolve finanças pessoais. Hoje, 13, ainda é tempo para arcar com os custos desta responsabilidade sem pesar tanto no bolso e a explicação é simples. Para a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares, a temporada escolar iniciando em fevereiro carrega previsões de reajuste de preços entre 20% a 30%.

Então vamos às compras!

Mas antes, como o de costume, siga algumas dicas para economizar ainda mais.

● Reaproveite o que puder

O primeiro passo para garantir economia nessa empreitada é analisar tudo o que pode ser reutilizado. Nem sempre e necessário comprar uma mochila ou estojo novos; até canetas, lápis de cor – entre outros materiais – podem ser, com a ajuda e cuidado dos filhos, reaproveitados.

Aqui a mensagem se estende até para a consciência de consumo no nosso dia a dia.

● Analise se é necessário comprar tudo agora

Desembolsar uma quantia alta de uma só vez dói muito mais que entrar em contato com a escola e pedir um cronograma de como o material didático será utilizado. Você terá a oportunidade de fracionar as compras e reduzir, assim, os impactos financeiros do início de ano.

● Siga a lista (mas não tanto)

A volta às aulas é sempre época de grandes vendas em livrarias, e como todos sabemos, períodos sazonais de comércio são momentos de gerar ainda mais lucro. Então resista aos filhos e atente-se com as técnicas de venda; não compre o que, por tendências de mercado, está fora da lista e assim você vai economizar ainda mais.

A propósito, é bom lembrar, existem itens que não podem ser exigidos nas listas de material escolar.

Certifique-se dos seus direitos.

●Compare preços

Essa é a principal dica. Comparar preços é fundamental para qualquer compra que você venha a fazer. A diferença é real!

Na cidade de São Paulo, foi realizada uma pesquisa pela Associação de Defesa do Consumidor cujo resultado aponta – numa lista de materiais com 25 itens – uma diferença que chega a 150% no valor total da compra.

E comparar preços também é essencial ainda que dentro de uma mesma loja. É claro, as variações de preço podem ser justificadas pela qualidade do produto, mas nem sempre se restringe a isso.

● Pechinche

Para “fechar com chave de ouro” as compras escolares, procure conseguir um desconto no valor final. O pagamento à vista e em dinheiro, por exemplo, é sempre uma opção que te trará alguma oportunidade de desconto. Analise se é viável e vantajoso para as suas finanças.

Economizar agora pode ser sinal de prosperidade futura para você e seus herdeiros.

Pense nisso!

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2023 chegou e a marcação a mercado também

quinta-feira, 05 de janeiro de 2023

Antes de iniciarmos qualquer conteúdo sobre finanças, economias e mercados, pretendo usar esse breve parágrafo para algo indispensável. Portanto, quero desejar um excelente e feliz ano novo!

Antes de iniciarmos qualquer conteúdo sobre finanças, economias e mercados, pretendo usar esse breve parágrafo para algo indispensável. Portanto, quero desejar um excelente e feliz ano novo!

Agora, entretanto, é momento de conversarmos sobre o que interessa. Precisamos entender quais novidades nos aguardam para os próximos 12 meses pela frente e como podemos nos preparar para o que está por vir. Coincidentemente, vamos vivenciar o primeiro ano de um novo governo eleito, mas sobre dinâmica do investidor no mercado brasileiro, a mudança mais considerável para 2023: a marcação a mercado para títulos de Renda Fixa. Logo, precisamos compreender todas as especificidades da nova medida e como elas afetam nossos investimentos. Para isso, vou recorrer ao texto publicado, neste mesmo espaço, no dia 21/10/2022 e destrinchar todos os detalhes do que vem por aí.

A alteração regulatória implementada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), a princípio, tem o objetivo de promover maior liquidez aos investimentos e proporcionar novas possibilidades de ganho de capital para investidores. Contudo, é importante esclarecer: mesmo com a marcação a mercado fazendo oscilar o valor do seu capital investido, basta segurar o ativo em carteira até sua data de vencimento para ter direito aos critérios de taxas contratadas no momento da compra do título.

Na prática, como vai funcionar?

Títulos corporativos (Debêntures, CRI e CRA) e públicos (negociados via tesouraria da instituição financeira) passam a estar sujeitos à marcação a mercado a partir do dia 02 de janeiro de 2023 para investidores pessoas físicas.

Nos detalhes, ainda que as instituições – em maioria – sinalizem a execução da marcação diária, a regra, por sua vez, obriga a marcação minimamente mensal. A propósito, por falar em detalhes, investidores qualificados (com patrimônio acima de R$1milhão em aplicações financeiras) poderão – a princípio – escolher a marcação de seus títulos de acordo com sua preferência: a mercado ou na curva.

Mas, então, como aproveitar essa novidade para explorar ganhos mais significativos em Renda Fixa?

Basicamente, a estratégia do investidor precisará contar com as projeções de política monetária, pois agora juros e inflação passam a influenciar ainda mais seus investimentos. Num cenário hawkish (contracionista, com alta nas taxas de juros), títulos tendem a ser negociado com valor reduzido dos papéis; neste cenário, a marcação a mercado tende a fazer com que o valor do seu investimento recue – portanto, uma janela de oportunidades para novas compras. Por outro lado, o contexto dovish (expansionista, com queda nas taxas de juros) pode possibilitar a valorização dos preços dos ativos e proporcionar ganho de capital acima da média e, por consequência, fomentar a liquidez do investimento com a maior negociação dos papéis.

Caso tenha comprado seus títulos (apenas os que estarão reféns da marcação a mercado) em cenário hawkish, talvez seja melhor aguardar o vencimento ou novas oportunidades ao longo do tempo para não realizar nenhuma perda financeira; em cenário dovish, talvez você possa aproveitar as oportunidades que surgirem.

Não por acaso, fiz questão de usar o “talvez” repetidamente para fortalecer a ideia de que, apesar das leituras econômicas dentro de projeções monetárias, o mercado é livre para realizar suas negociações como preferir. Portanto, mantenha-se sempre atento às boas oportunidades.

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Para 2023, invista em bons momentos

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Pensei muito sobre as possibilidades para o texto de hoje. Planejamento anual, retrospectiva 2022, expectativas econômicas para 2023 ou até mesmo algum conteúdo específico sobre produtos financeiros. Mas nada se encaixaria tão bem. Afinal, refletir sobre o que vivemos até aqui – como indivíduos – é a melhor forma de passarmos por esse dia 30; véspera de virada de ano e dono uma leve cortina, quase translúcida, que nos permite observar muito do que o novo ano nos guarda.

Pensei muito sobre as possibilidades para o texto de hoje. Planejamento anual, retrospectiva 2022, expectativas econômicas para 2023 ou até mesmo algum conteúdo específico sobre produtos financeiros. Mas nada se encaixaria tão bem. Afinal, refletir sobre o que vivemos até aqui – como indivíduos – é a melhor forma de passarmos por esse dia 30; véspera de virada de ano e dono uma leve cortina, quase translúcida, que nos permite observar muito do que o novo ano nos guarda.

As futuras experiências se tornarão histórias. E são muitas as histórias que você vai poder contar quando a sede de viver mover todo o seu ser – mas não embebedar a ponto de te deixar parado. Para 2023, portanto, cultive bons momentos. Invista em cada um deles; isso também é diversificação.

Estamos vivendo os últimos dias de um ciclo que precisa se encerrar para nos mostrar novos horizontes. Há muito que eu gostaria de expressar através dessas tantas linhas, mas quando se tem muito a dizer, talvez bastem poucas palavras para se expressar.

Viva 2023! São os votos deste colunista para o novo ano que bate à porta.

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Achou cara a sua ceia de Natal?

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Há sempre uma única justificativa responsável por aumentar ou diminuir preços: as Leis de Oferta e Demanda. O ponto de encontro das duas curvas (as de oferta e de demanda) é o que determina o preço de equilíbrio de comercialização entre vendedor e comprador. Portanto, períodos sazonais de consumo tendem ao aumento natural de preços de equilíbrio ao que é ofertado. Logo, assimetrias de oferta também podem provocar esse ajuste de preços; como ocorre com insumos produzidos por países em guerra ou vítimas de desastres naturais, por exemplo.

Há sempre uma única justificativa responsável por aumentar ou diminuir preços: as Leis de Oferta e Demanda. O ponto de encontro das duas curvas (as de oferta e de demanda) é o que determina o preço de equilíbrio de comercialização entre vendedor e comprador. Portanto, períodos sazonais de consumo tendem ao aumento natural de preços de equilíbrio ao que é ofertado. Logo, assimetrias de oferta também podem provocar esse ajuste de preços; como ocorre com insumos produzidos por países em guerra ou vítimas de desastres naturais, por exemplo. Até a oferta e demanda monetária (sim, dinheiro em circulação) influencia no equilíbrio de preços. Há quem diga que, no final do dia, a única análise responsável por influenciar positiva ou negativamente a inflação sejam, exclusivamente, as relações de oferta e demanda monetárias.

Considerando choques monetários no durante/pós-pandemia e de produção em tempos de guerra entre Rússia e Ucrânia, o mundo ainda está ajustando suas estratégias de política monetária para superar este desafio que assombra, principalmente, os mais pobres. A situação, no entanto, torna-se ainda mais crítica quando o consumo básico tende a ser ainda mais inflacionário. No Brasil, ao longo deste ano de 2022, o setor de Alimentação e Bebidas foi o segundo mais atingindo pelo aumento de preços, chegando a 10,43% de janeiro a novembro. Ficando atrás, apenas, de Vestuário com 15,17% no mesmo período.

Inflação, apesar de demandar esforços de países desenvolvidos para que exista, quando está fora de controle pode trazer graves efeitos prejudiciais à população.

Contudo, vamos nos manter no tema natalino. A Fundação Getúlio Vargas realizou um estudo com base no Índice de Preços ao Consumidor – Disponibilidade Interna (IPC-DI) e mostrou a inflação dos últimos 12 meses sobre produtos consumidos no Natal em 11,03% ante 4,53% com mercadorias e serviços gerais. De acordo com a Fundação, o item mais inflacionado do período foi a cebola, que já sofreu ajuste de 160,62%, seguido por frutas com 38,82% e farinha de trigo com 30,00%.

Imagino que a essa altura, visto que já estamos no dia 23 de dezembro, você já tenha ido às compras para a sua ceia de Natal. Talvez até já tenha se espantado com o aumento de preços. Mas caso contrário, fique atento a algumas dicas que podem te ajudar a diminuir o peso de uma ceia inflacionada.

Natal, pela simples existência, já é motivo para colaboração. Na sua ceia, não faça diferente: promova uma confraternização colaborativa. É comum se deparar com anfitriões arcando com os custos da noite de Natal ao receberem seus convidados. Portanto, dividir as atribuições e custos do buffet pode reduzir a carga sobre um único indivíduo. Assim, cada participante pode se responsabilizar por um item do cardápio e a preocupação financeira pode dar espaço ao que realmente importa: estar, por inteiro, com as pessoas que você ama.
Desejo-lhe excelentes momentos nesse final de ano.

Boas festas!

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