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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

terça-feira, 23 de abril de 2024

Nossa viagem na embarcação Caderno Z nos leva para bem pertinho, na carona da foto de Henrique Pinheiro, tendo ao fundo a Pedra do Imperador. O ônibus que estampa o destino, Olaria, nos oferece um panorama de uma cidade dentro da cidade. Ninguém há de discordar que os bairros estejam se desenvolvendo. Contudo, Olaria se adiantou no processo de crescimento, muito antes de se falar em bairros sustentáveis. A começar pela vista, a insinuação montanhosa provoca o prazer de uma bela contemplação. Como nos versos de Rodolpho Abbud: “Em Olaria, as Catarinas namoram o Imperador.”. Na verdade, é um namoro constante. O pôr do sol, quando o astro rei se deita, traz a certeza das mais lindos matizes inaugurando o anoitecer. As estrelas bordam o céu e a natureza dorme o sono reparador para amanhecer numa Olaria de encantamentos.

Não foi sem razão que, na Via Expressa, o bairro ganhou o Planetário de Nova Friburgo. O espaço, inclusive, merece receber o nome do professor Reinaldo Ivanicska, o nosso eterno astrônomo; dono de um conhecimento infinitamente astronômico e de uma simplicidade incrível. Queremos crer que Ivanicska agora vê, de perto, toda a beleza que foi fruto de seus estudos e pesquisas. Que o universo, pleno de brilhos,  esteja guiando o seu espírito, levando-o ao reino cósmico de luz das mentes iluminadas!

O Estádio Eduardo Guinle, “a casa do Friburguense Atlético Clube”, que festejará, em maio, seus 70 anos de existência, é um patrimônio de relevância em Nova Friburgo. Quantas histórias contam o seu gramado, quanta emoção emerge de suas arquibancadas e o seu céu aberto tem sido testemunha das mais variadas ocasiões de júbilo e de conquistas. E Olaria ganha prestígio e jamais perde uma partida, porque o importante é participar dos acontecimentos. A exemplo de vitórias, a feira livre que se abriga entre as ruas Vicente Sobrinho e Presidente Vargas está no pódio da campeã em vendas de saúde e qualidade de vida com produtos fresquinhos e saudáveis. Além se de ser um espaço de socialização, é uma festa de alegria com o bom-humor dos feirantes.

Sempre comparei a Rua Presidente Vargas com a Rua da Mooca, em São Paulo. Ambas com o mesmo tipo de inclinação e comércio variado, transparecendo um clima natalino, com lojas movimentadas e muita gente pelas calçadas. O setor de moda íntima é apreciável em seu entorno. A Rua Raul Veiga é uma provocação, com peças que parecem “roupas de sair”. Olaria é assim, cheia de charme e de tudo um pouco; igrejas, escolas, bares, padarias, farmácias, bancos, o que se pensar, tem lá e para todos os gostos. E tem muito mais ainda com a Imperatriz que dá samba, cultura e arte, descobrindo talentos, promovendo ações sociais e belos espetáculos no carnaval friburguense.

Mas, e a Rua Juruá? Wanderson Nogueira nos conta: “Uma rua de histórias, fascínios e dramas. Uma rua pavimentada por poesia numa cidade que é a própria poesia em si. A Juruá, Olaria, são apenas versos e estrofes de uma cidade cujo poema está sempre inacabado. Cabe a cada um de nós acrescentar em palavras, sorrisos, choros, sonhos e memórias o que Nova Friburgo causa na gente e a gente transforma nela. E o melhor: sempre estaremos por terminar. Há de se continuar! Sim, amigo colunista, Olaria há de seguir, buscando ajustar tudo o que possa melhorar a sua evolução para o bem-estar da sua comunidade. E que nós possamos, a cada 21 de abril, celebrar mais um Dia de Olaria!

Salve o Dia de São Jorge, 23 de abril! Que o santo guerreiro nos “empreste o dragão” para afastar as mazelas da vida. Nesta data, festejamos também o Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais. As duas comemorações se entrelaçam com base na lenda de São Jorge e o Dragão, na antiga tradição catalã, quando os cavaleiros oferecem às suas damas uma rosa vermelha de Sant Jordi e recebem um livro, confirmando as façanhas do heroico cavaleiro. E o Rio se transforma em “Mundo Zira” com uma exposição em homenagem a Ziraldo, no Centro Cultural Banco do Brasil. A matéria de Ana Borges sobre o tema é um deslumbre, abrangente, uma verdadeira epopeia de duas páginas gigantes. Parabéns!

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A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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