Estado do Rio teve 34 registros de ultraje a cultos em 2023

Delegacia especializada faz atendimento diferenciado às vítimas
sexta-feira, 26 de janeiro de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

Um levantamento inédito do Instituto de Segurança Pública mostra que em 2023, no Estado do Rio de Janeiro, pelo menos 34 vítimas de ultraje a culto religioso procuraram uma delegacia de polícia para registrar o crime. A tipificação criminal é determinada pela ridicularização pública, impedimento ou perturbação de cerimônia religiosa. No total, as delegacias da Secretaria de Polícia Civil registraram aproximadamente três mil crimes que podem estar relacionados à intolerância religiosa. Nesse total estão incluídos injúria por preconceito (2.021 vítimas) e preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional (890). 

A injúria por preconceito é o ato de discriminar um indivíduo em razão da raça, cor, etnia, religião ou origem. Já o preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional tem por objetivo a inferiorização de todo um grupo étnico-racial e atinge a dignidade humana. Em relação ao perfil das vítimas, a maior parte eram mulheres e negras. A maior concentração dos crimes ocorreu na zona oeste da capital, na região da 35ª DP (Campo Grande).

Divulgado na Semana de Combate à Intolerância Religiosa, o levantamento tem como objetivo promover o diálogo, mostrar para a sociedade que intolerância religiosa é crime e que o Estado do Rio de Janeiro possui mecanismos de denúncia para as vítimas.

“Esses dados são fundamentais para que a sociedade saiba que intolerância religiosa e preconceito são crimes que devem ser denunciados. Sabemos que esses números são subnotificados e muitas vezes por falta de informação, mas o Estado do Rio possui a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), uma unidade especializada para os registros desses crimes. É importante que todos lembrem que a Constituição Federal assegura o livre exercício de todos os cultos religiosos”, observa a diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz.

Como denunciar

A delegada Rita Salim, titular da Decradi, explica que a intolerância religiosa é um crime que fere a liberdade e a dignidade humana. “A melhor forma de combater a intolerância religiosa é a conscientização da necessidade do respeito à diversidade da crença, independentemente das escolhas e concepções religiosas. A Polícia Civil conta com uma unidade especializada na investigação desses crimes e está preparada para receber a denúncia e confeccionar os registros de ocorrência”, destaca a policial.

Os crimes de intolerância religiosa, ultraje a culto, injúria racial e racismo podem ser denunciados em qualquer delegacia de Polícia Civil. A Decradi é especializada também no atendimento de vítimas de racismo, homofobia e intolerância religiosa. A unidade funciona no Centro do Rio (Rua do Lavradio, 155). Os registros também podem ser feitos pela Delegacia Online da Secretaria estadual de Polícia Civil.

Publicidade
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Apoie o jornalismo de qualidade

Há 79 anos A VOZ DA SERRA se dedica a buscar e entregar a seus leitores informações atualizadas e confiáveis, ajudando a escrever, dia após dia, a história de Nova Friburgo e região. Por sua alta credibilidade, incansável modernização e independência editorial, A VOZ DA SERRA consagrou-se como incontestável fonte de consulta para historiadores e pesquisadores do cotidiano de nossa cidade, tornando-se referência de jornalismo no interior fluminense, um dos veículos mais respeitados da Região Serrana e líder de mercado.

Assinando A VOZ DA SERRA, você não apenas tem acesso a conteúdo de qualidade, mantendo-se bem informado através de nossas páginas, site e mídias sociais, como ajuda a construir e dar continuidade a essa história.

Assine A Voz da Serra

TAGS: