Empreendimentos femininos ajudam a transformar o mundo dos negócios

A descoberta de si mesma a partir de um projeto que não para de crescer
sexta-feira, 24 de novembro de 2023
por Ana Borges (ana.borges@avozdaserra.com.br)
Fernanda Oliveira
Fernanda Oliveira

“Sou friburguense, mãe de Pedro, 19 anos, estudante de matemática e filosofia em Oxford (Inglaterra), e divorciada desde 2017. Nunca havia pensado em ser empreendedora. Embora hoje saiba que sempre fui uma intraempreendedora nos locais por onde passei: 3 empregos, dos quais 2 possuo vínculo até hoje. 

Em 2015 tive a oportunidade de abrir uma escola de natação — a Splash. Ali, timidamente nascia uma empreendedora. Desde então, lá se vão oito anos colocando em prática tudo que estudei e tenho me especializado, não mais sob a supervisão de um gestor ou patrão. Quando eu me encontrei no empreendedorismo? Vou contar.”

Em 2017, Fernanda Oliveira se separou do marido após 15 anos de casamento e um filho. Só então percebeu que sua vida tinha se resumido à sua vida de casada, sem amigos, sem vida social própria ou atividades fora do cotidiano de esposa e mãe. Um ano depois, sem nada definido, compartilhou uma ideia com a amiga Fabíola (Kunigami, hoje sua sócia), que não apenas topou como investiu em um projeto para reunir mulheres. Em maio de 2018, a dupla de amigas lançou o projeto “Mulheres de Sucesso de Nova Friburgo”. 

“Éramos então um grupo de 66 pessoas, que não sabia exatamente porque estava ali, qual o propósito, o que poderia resultar daquele encontro. As mulheres compareceram, por curiosidade, queriam conhecer o ‘tal movimento feminino’. A partir dali, algumas pessoas mantiveram contato, elogiando o projeto, algumas participando de forma mais comprometida, até concluírem que devíamos continuar promovendo encontros para o desenvolvimento pessoal e social de cada uma”, diz Fernanda.

Depois de dois anos, ela achou que precisava dar uma direção mais prática às questões, por exemplo, para um clube de negócios, para algo que pudesse fazer a diferença em suas vidas. Mais uma vez, a dupla Fernanda-Fabíola decidiu estudar e pesquisar formas de tornar realidade o que ambas tinham em mente. Em dezembro de 2019 lançaram o Clube de Negócios das Mulheres, com a adesão de 15 pessoas. Mas, aí veio a pandemia e toda a programação elaborada para acontecer ao longo de 2020 foi adiada. 

“Para não ficar só falando de covid, partimos para outro projeto — Trajetória de Sucesso —, com o objetivo de encontrar maneiras de que todas conseguissem manter seus negócios ou se reinventar durante a crise sanitária. Ninguém faliu e hoje temos uma rede de 70 mulheres empreendedoras. Este ano comemoramos cinco anos de existência, com lançamento do livro ‘Mulheres de Sucesso’ contando a história de 40 mulheres. Na próxima quarta-feira, 29, vamos lançar um 2º livro, no Cadima Shopping, com novos relatos”.

“Assim me descobri”...

Ao longo desses anos de atividades, entre projetos, desafios e convivência com cerca de mil mulheres diversas, e uma quantidade significativa de boas propostas, Fernanda conta que se descobriu. “Conforme estudava a criação de novos projetos e lançamentos, comecei a entender o nosso objetivo e acabei por encontrar o meu propósito de vida: empreender. Fazer por mim e por outras mulheres, dar um sentido às nossas vidas, nos tornarmos independentes. Que cada uma de nós encontrasse um negócio que fosse importante não só para mim, para elas, mas para os outros e para o mundo. Por tudo isso, continuo me especializando em empreendedorismo feminino”.

Em 2022, Fernanda sentiu que precisava criar uma Escola de Negócios, e para tanto, levou para o Sebrae uma proposta de curso para capacitar as mulheres para empreendedorismo, desta feita abordando questões emocionais, filosóficas, focando no desenvolvimento de negócios geridos por mulheres. 

“Agora em dezembro já vamos formar a 5ª turma, e ano que vem pretendemos criar uma segunda escola. Hoje somos a maior rede local e regional de empreendedoras, algo muito importante para a história da nossa sociedade”, destaca, acrescentando que acabou de fazer uma pós-graduação em psicologia organizacional.

Para finalizar, ela ressalta que “o movimento é laico e apartidário”, por considerar que assumir determinada religião ou partido político, o projeto acaba por separar, excluir parcela importante da sociedade. “O nosso objetivo é exatamente incluir, unir as mulheres em torno de um bem comum. Nossa rede é composta por todo tipo de mulheres, de diversas classes sociais e atividades. Porque sabemos que unidas somos mais fortes”.

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