Dos jardins para o mundo: o talento de um grande artista

Geraldo Simplício, o Nêgo, receberá homenagem especial pelo seu aniversário neste fim de semana
sexta-feira, 31 de março de 2023
por Nathalia Rebello*
(Fotos: Henrique Pinheiro)
(Fotos: Henrique Pinheiro)

O artista plástico Geraldo Simplício, receberá neste domingo, 2 de abril, uma homenagem no Cadima Shopping, às 15h, pelos seus 80 anos de vida. Criador do Jardim do Nêgo, que reúne diversas esculturas feitas com musgos em barrancos, é conhecido internacionalmente pelo seu trabalho esplêndido que ocupa uma área de quase 30 mil metros no famoso Jardim do Nêgo, às margens da estrada Tere-Fri, no distrito de  Campo do Coelho.

Nêgo nasceu em Aurora, no Ceará, e chegou ao Rio no final dos anos 60. Com a ajuda de pessoas que admiravam seu talento, se mudou para Nova Friburgo e assim começou o seu acervo de esculturas que hoje é conhecido mundialmente. Ele, que usa no centro da testa um "protetor do chacra da terceira visão” que, segundo ele, concentra a energia do corpo astral, é um homem simples, que costumava trabalhar com madeira na hora de fazer artes e considerado como um autodidata, um dia lhe despertou o olhar para a terra.

O Jardim do Nêgo é um museu de artes a céu aberto, único no mundo, com esculturas gigantes, com até dez metros de altura, talhadas à mão nos barrancos do terreno, cobertas por um limo verde, um tipo de proteção natural, que exige manutenção diária devido à erosão do solo. O clima úmido faz com que o musgo cresça e faça o acabamento de cada uma das peças que se tornam automaticamente atrações turísticas.

A principal escultura criada por Nêgo foi finalizada em 1993, após três anos, e é chamada “Presépio de Jesus”. Além da manjedoura e de personagens bíblicos, o monumento conta com a figura de uma pastora gigante, cheia de expressão e beleza, características que chamam a atenção dos visitantes.

Mais atrações 

Além das esculturas, o espaço, desde julho de 2016, conta com um pequeno museu, onde podem ser encontradas diversas obras de madeira e imagens que retratam a história do artista e o passo a passo para a construção de algumas das esculturas, desde a criação, evolução a alterações dos projetos, muitas vezes sujeitos aos caprichos da natureza. 

Em 2011, a tragédia causada pelas chuvas prejudicou os 30 trabalhos do artista. Parte do presépio, a escultura de um bêbado na parte alta do local, além da cabeça da escultura “Bebezão” foram algumas das obras perdidas. Desde então, Nêgo trabalha diariamente para reconstruir tudo. “O meu trabalho é muito prazeroso, o tempo vai passando e eu não vejo”, contou, lembrando da rapidez e da intensidade da vida que lhe proporcionou envelhecer fazendo o que gosta.

Em 2014, o jornal britânico The Guardian publicou 13 destinos de norte a sul do país que merecem ser visitados e são pouco conhecidos pelos estrangeiros. E a única atração do estado a figurar na lista, elaborada com base em dicas dos leitores foi o Jardim do Nêgo. 

Aos 80 anos de idade, o artista garante que a sua arte não é um trabalho, e sim, um prazer, atribuindo a isso ao fato de sua vida ter passado tão rápido. “Ao longo do tempo o artista vai se tornando perfeccionista”, afirma o escultor.

Serviço - O Jardim do Nêgo fica localizado no quilômetro 55 da Tere-Fri (RJ-130), no distrito de Campo do Coelho. A entrada custa R$ 15 e o local está aberto todos os dias da semana, das 8h às 17h. Crianças até 12 anos não pagam. Mais informações pelo telefone (22) 2543-2253. *estagiária com supervisão de Henrique Amorim

 

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