Crianças com deficiência: Defensoria atendeu mais de 600 pedidos de mediação em 2022

Maioria dos pedidos está ligado ao ensino público e mostram a realidade vivida por famílias em todo o estado
sexta-feira, 20 de janeiro de 2023
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Reprodução)
(Foto: Reprodução)

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro registrou durante todo o ano passado 639 pedidos de profissionais de mediação escolar para crianças com deficiência física e intelectual. A maioria está ligada ao ensino público (632) e mostram a realidade vivida por famílias fluminenses. 

Em Paraty, na Costa Verde, por exemplo, Rita da Silva via o neto de 11 anos, que tem o Transtorno do Espectro Autista (TEA) sem conseguir seguir com os estudos. Para ela, levar o menino Cauã à escola sempre foi motivo de angústia e preocupação, pois em várias vezes teve que buscá-lo antes do horário de sáida. Matriculado no 6º ano e sem acompanhamento de profissionais habilitados à educação de pessoas com deficiência, o menino não consegue acompanhar a turma e consequentemente vêm apresentando comportamento agressivo devido ao estresse causado pela situação. Cansada, a mulher recorreu à Defensoria Pública. O órgão entrou com uma ação solicitando ao poder público a contratação e custeio de um mediador para auxiliar o aluno dentro e fora da escola. 

A defensora pública Renata Rieger, explica que, segundo a Constituição Federal (artigo 208) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (artigo 54), toda escola deve ter em seu quadro, professoras(es) habilitadas(os) pedagogicamente à educação de crianças com deficiência, com atendimento educacional especializado.

”Muitas crianças estão matriculadas nas escolas, mas têm dificuldades para  acompanhar o ritmo ditado pelo ensino tradicional. Isso demonstra que, diversas vezes, a simples presença em sala de aula não é suficiente para garantir o direito à educação às pessoas com deficiência, sendo necessário, frequentemente, acompanhamento específico”, explica Renata.

A defensora reforça ainda que o reconhecimento das particularidades do aluno com espectro autista e a determinação de disponibilização de um profissional de apoio nas escolas asseguram, de forma mais efetiva, o direito à educação enquanto ferramenta de desenvolvimento e de emancipação dos estudantes.

De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão, também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência (lei 13.146/2015), que entrou em vigor em 2016, as escolas de educação regular, pública e privada, devem assegurar as condições necessárias para o pleno acesso, participação e aprendizagem dos estudantes com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento, em todas as atividades realizadas no contexto escolar.

Publicidade
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Apoie o jornalismo de qualidade

Há 79 anos A VOZ DA SERRA se dedica a buscar e entregar a seus leitores informações atualizadas e confiáveis, ajudando a escrever, dia após dia, a história de Nova Friburgo e região. Por sua alta credibilidade, incansável modernização e independência editorial, A VOZ DA SERRA consagrou-se como incontestável fonte de consulta para historiadores e pesquisadores do cotidiano de nossa cidade, tornando-se referência de jornalismo no interior fluminense, um dos veículos mais respeitados da Região Serrana e líder de mercado.

Assinando A VOZ DA SERRA, você não apenas tem acesso a conteúdo de qualidade, mantendo-se bem informado através de nossas páginas, site e mídias sociais, como ajuda a construir e dar continuidade a essa história.

Assine A Voz da Serra

TAGS: