EDITORIAL - Ponto nevrálgico

quarta-feira, 31 de dezembro de 1969
por Jornal A Voz da Serra

QUANDO A presidente Dilma Rousseff foi eleita pela primeira vez, em 2010, deu o tom de que vinha para avançar na gestão das políticas públicas e, além da educação, a saúde ganharia destaque em seu primeiro mandato. A ampliação dos serviços do SUS, como ela queria, teria efeitos imediatos em toda a rede pública hospitalar, da qual Nova Friburgo é parte integrante.

OS BENEFÍCIOS para a população brasileira, pelas promessas de seu discurso de posse, seriam evidentes. A expectativa nacional pela melhoria do serviço médico prestado na rede pública deve ter sido, provavelmente, o apelo eleitoral que mais pesou na hora de eleger a sucessora de Lula. O caos na saúde verificado no cotidiano de todas as cidades brasileiras mostrava que o clamor social finalmente estaria com os seus dias contados. Mas ficou só na promessa. Tudo está como antes, ou pior.

COMO PUBLICAMOS na edição de anteontem, 4, de A VOZ DA SERRA, em reportagem de Alerrandre Barros, o prefeito Rogério Cabral e o secretário municipal de Saúde, Luiz Fernando Azevedo, fizeram um balanço das atividades do setor. Nas avaliações, percebe-se que ainda falta muito para tornar a saúde municipal exemplo de gestão pública. Apesar do esforço despendido, as autoridades reconhecem algumas deficiências que dependem de verbas federais e estaduais para sua conclusão.

É SABIDA A carência de recursos humanos e técnicos do Hospital Raul Sertã para dar atendimento digno a uma população que não se restringe ao município. Centro de referência médica na região, ainda sente a falta de serviços que levem em conta a regionalização da saúde com a melhoria da qualidade de vida da população dos mais de dez municípios atendidos pelo único hospital público de Friburgo.

OS MUNICÍPIOS fora da Região Metropolitana do Rio, como Nova Friburgo, sentem a falta de um serviço mais ampliado. Não é difícil constatarmos filas à porta do HRS com pacientes em busca de atendimento ou de marcação de uma consulta para sabe-se lá quando, isto se falarmos de apenas um problema, mas existem muitos outros.  

ACABAR COM este quadro de vergonha nacional é um desafio permanente que não se impõe somente ao gestor em Brasília. Também requer o empenho estadual e, na ponta do atendimento, o governo municipal, no caso a Prefeitura, que, efetivamente, cuida da população.


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