O deputado federal Glauber Braga e o deputado estadual Wanderson Nogueira protocolaram no último dia 30 na Prefeitura um pedido de audiência pública para tratar da questão da operação de corte e poda dos eucaliptos centenários, bem como da futura readequação da Praça Getúlio Vargas.
O documento, ao qual A VOZ DA SERRA teve acesso, cita o corte de "diversos eucaliptos centenários que fazem parte da história da nossa cidade” e o fato de que está "nítido que grande parte da população demonstrou interesse sobre o tema emitindo opiniões e manifestações expressamente”. O requerimento encerra pedindo uma "audiência pública para que se possa esclarecer e debater o assunto com a participação popular, sendo certo que será de grande valia que o Poder Executivo Municipal convide todos os profissionais técnicos e entidades competentes envolvidos nesta empreitada, com o fito de elucidar todas as dúvidas levantadas, notadamente a motivação/necessidade da intervenção acima noticiada, planejamento, métodos implantados e os projetos de revitalização que se pretende executar”.
A redação entrou em contato com os parlamentares para que explicassem melhor seu posicionamento frente à questão. Glauber Braga foi enfático em afirmar que "antes de criticar, precisamos entender o que está sendo feito. Existe mais de um laudo técnico? As árvores que estão sendo cortadas são somente as que necessitam ser cortadas ou já fazem parte de um processo paisagístico?”. O deputado federal continua: "O que posso criticar é o processo, como a coisa está sendo feita. Por que não bota todos os atores na mesa, ouve a opinião de ambientalistas, deixa o MP se manifestar? Tem de haver um espaço onde as pessoas possam fazer todas as perguntas e ter suas respostas”.
Wanderson também não se mostrou contrário aos cortes em princípio, mas faz ressalvas ao método: "Os laudos técnicos apontam a necessidade da poda, mas também temos que pensar sobre o que isso significa para as pessoas,” afirma o deputado estadual. "Antes de fazer, deveria dividir com a população de uma forma ampla. Não é fazer só uma reunião, ou uma reunião com poucas pessoas. Só assim podemos tomar as melhores decisões”, complementa Wanderson.
Os futuros planos de readequação da praça, que pode ter um custo de até R$ 8 milhões, também são questionados. Wanderson acredita que há necessidade de se "ter certeza que há um plano de reflorestamento planejado, não pode só cortar e depois dizer que não tem dinheiro para reflorestar”. Perguntado se poderia conseguir o investimento para a reconstrução da praça em Brasília, Glauber foi enfático: "Antes de eu batalhar pelo recurso em Brasília, a Prefeitura tem que apresentar a proposta e discutir o projeto com a sociedade local. Temos primeiro que saber exatamente do que se trata, para depois podermos seguir na luta pelo recurso”.
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