Onde os olhos não alcançam

Drone tira fotos de Nova Friburgo em ângulos inéditos
domingo, 25 de janeiro de 2015
por Jornal A Voz da Serra
Onde os olhos não alcançam
Onde os olhos não alcançam

Texto: Ana Blue / Imagens aéreas de Marcus Paulo Jr.

Veículo aéreo não tripulado ou, simplesmente, drone (zangão, em inglês): assim se chama qualquer aeronave sem piloto, guiada por controle remoto.

O drone foi idealizado para fins militares, utilizado em missões que ofereciam maior risco ao homem, como apoio aéreo a tropas no campo de batalha, controle de mísseis, ataques, etc. Ainda hoje o equipamento é usado em resgates em locais de difícil acesso, como em desmoronamentos, incêndios e outras situações afins, ou quando se pretende monitorar pessoas. Recentemente, por exemplo, a polícia militar de Lavras, MG, filmou com um drone a varanda de uma casa e descobriu 23 pés de maconha. 

No entanto, a partir dos anos 2000, o uso civil do equipamento se tornou popular. Os drones entregam até pizza. E quem nunca quis em seu álbum de casamento uma foto de um ângulo diferente? E essas paisagens montanhosas de Nova Friburgo, então, não ficariam espetaculares vistas de cima? Foi o que pensou Marcos Paulo Jr., proprietário da Montagna Filmes, uma produtora de vídeos. Ao comprar um drone modelo DJI Phantom e equipá-lo com uma câmera GoPro, em agosto de 2014, tinha o intuito de usar imagens aéreas da cidade nos vídeos que produzia para os clientes; só não imaginava que a coisa iria além.

Marcos criou uma página no Facebook chamada Drone Nova Friburgo, para se comunicar com outras pessoas que também têm o equipamento e fotografam a cidade. "Acho que a primeira foto que publiquei na página era da [praça] Getúlio Vargas. Logo em seguida muita gente curtiu, foram mais de 25 mil visualizações. Daí troquei o nome da página para Imagens Aéreas de Nova Friburgo e venho publicando mais fotos, com frequência, inclusive de locais que foram afetados pela tragédia.” Uma das fotos da página é da Rua Cristina Ziede — aliás, é uma das mais impactantes.

O drone de Marcos é dotado de um sistema de GPS e tem capacidade para subir até 500m. O produtor afirma que, apesar disso, dificilmente sobe mais de 100m. "Mesmo não havendo uma legislação específica para o uso de drones, existem regras que estabelecem o máximo de 120m para um voo seguro. Além disso, não se pode usar o equipamento em locais fechados ou com grande circulação de pessoas. Embora mínimo, existe o risco de que o aparelho caia e nisso possa machucar alguém”, diz Marcos Paulo.  

De fato, apesar de essa nova tecnologia representar um boom no mercado, não há ainda uma regulamentação específica, nem em questões subjetivas de uso — há que se respeitar a privacidade dos outros, por exemplo — nem em questões técnicas . Então, para quem quiser entrar na brincadeira — os preços, a título de informação, vão de R$ 750 a R$ a 36 mil —, é bom lembrar que é preciso treinar, praticar e conhecer o seu drone; respeitar os limites de altura e, principalmente, não utilizar em locais fechados ou com grande circulação de pessoas. Ao contrário do que possa parecer, nem sempre vale tudo por uma boa foto.

 

Marcos e seu drone: milhares de pessoas já compartilharam suas fotos

 

O lago do Parque São Clemente, como o Barão nunca viu

 

O prédio da Cristina Ziede, símbolo da tragédia

 

O chalet do Country Clube: ainda mais imponente visto de cima 

 

A Praça Getúlio Vargas... ainda com os eucaliptos

 

Nova Friburgo, em toda a sua exuberância 

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