EDITORIAL - Confiar para crescer

segunda-feira, 24 de novembro de 2014
por Jornal A Voz da Serra

O ÍNDICE de Confiança do Consumidor, apurado pela Fundação Getúlio Vargas, caiu 6,1% em novembro e registrou o menor nível desde dezembro de 2008, quando a economia brasileira sofria os efeitos da crise financeira mundial. A preocupação com o emprego é um dos motivos para a avaliação mais negativa, ao lado da previsão de maior inflação e aumento de juros.

A PERCEPÇÃO dos consumidores sobre o emprego no futuro piorou 9,9% em novembro na comparação com outubro, segundo dados da Sondagem do Consumidor deste mês. Foi o recuo mais intenso desde outubro de 2008, no auge da crise, quando a queda foi de 26%. 

PARA A INDÚSTRIA, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) caiu para 44,8 pontos em novembro. O valor é um ponto menor que o registrado em outubro e 12,3 pontos inferior à média histórica, que é de 57,1 pontos, informa a pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os valores da pesquisa variam de zero a cem. Abaixo de 50 indicam falta de confiança.

OS DADOS APURADOS mostram que o Brasil está precisando de um choque de credibilidade e confiança neste momento. Com a política econômica atual, o governo está perdendo a confiança de seu próprio povo. O medo do futuro resulta em menos consumo e em incertezas sobre os investimentos. Vive-se hoje uma política cruel, pois o conjunto de juros em alta, inflação em alta, desempenho ruim do PIB e capacidade de endividamento quase nula coloca o país em uma quase estagflação — inflação em alta combinada com recessão.

COM ESTE CENÁRIO, o Brasil precisa dar uma virada neste clima econômico e promover uma mudança no modelo de desenvolvimento. É preciso urgentemente investir em infraestrutura e qualificação de mão de obra, diminuir a carga tributária e criar um ambiente de negócios sólido e estável. Com isso, o país vai gerar riqueza e, consequentemente, distribuí-la.

A DESCONFIANÇA deve passar para que voltemos a crescer. Essa mudança é possível e deve ser o principal compromisso da presidente Dilma em seu segundo mandato. Vamos aguardar.


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