Comércio local versus comércio eletrônico

Apesar da popularização cada vez maior das compras online, lojas físicas ainda são a preferência de muitos friburguenses
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
por Lucas Vieira
Comércio local versus comércio eletrônico
Comércio local versus comércio eletrônico

O comércio local enfrenta hoje um grande concorrente: a internet. Apesar da vantagem de ver e tocar o produto, sair da loja com ele nas mãos após efetuar a compra e ter a possibilidade de ir pessoalmente resolver qualquer problema no estabelecimento, o preço — na maioria dos casos, mais alto — é uma grande dificuldade para o comércio local.

Nos últimos anos, o comércio virtual vem crescendo consideravelmente. Ele tem a vantagem de ser mais cômodo, rápido, variado e, geralmente, com preços consideravelmente menores que os praticados nos comércios locais. Porém, os e-commerces sempre enfrentaram problemas, como a desconfiança de grande parte dos consumidores, o medo destes de terem seus produtos quebrados ou perdidos no transporte, além da espera para a entrega, entre outros. Contudo, diversos métodos, desde soluções em segurança até certificações digitais, ajudam a tornar os sites mais confiáveis, incluindo opções de o cliente só pagar após receber o produto.

Apesar de muitas pessoas já optarem por realizar compras através da internet, alguns moradores de Nova Friburgo ainda preferem o comércio local. De quatro entrevistados pela reportagem de A VOZ DA SERRA, apenas um disse preferir fazer compras online. Luiz Rodrigo, morador do bairro Ponte da Saudade, diz optar pelos e-commerces porque "mesmo sendo bem mais demorada, a compra virtual tem a vantagem de ter o preço relativamente menor, então vale a pena esperar o envio do produto”. 

Os outros entrevistados têm diferentes argumentos para preferirem a compra em lojas da cidade. José Paulo Abreu, aposentado, prefere adquirir seus produtos em estabelecimentos locais por motivos de segurança e de agilidade na negociação. "Na internet a gente corre muito risco, tem que ceder documento e as pessoas podem até usá-los de má-fé. Além de tudo, se você comprar aqui e tiver algum problema, pode ir até a loja, conversar com a pessoa e tentar resolver”. Já William Araújo e Johnny da Silva possuem pontos em comum sobre o assunto. "Eu prefiro comprar nas lojas mesmo, no comércio local. Acho que é bem mais prático”, comentou William. "Além disso, também é bem mais seguro comprar aqui”, acrescentou Johnny.

Algumas empresas de grande porte, que trabalham tanto com comércio digital como físico e que possuem filiais em Nova Friburgo, não apresentam vantagens na compra digital. Através de uma pesquisa com três produtos diferentes — um smartphone, um tablet e uma TV 3D de 42 polegadas — não foi possível notar diferença de preços, porém o frete para o centro de Nova Friburgo — que no caso desses produtos não seria cobrado, segundo o simulador dos sites — demoraria no mínimo dez e chegando até a 17 dias.

Já as lojas friburguenses — que não são filiais de outras empresas que abrangem todo o país — possuem certa diferença de preço. O smartphone, que custa R$699 nas outras lojas, em um estabelecimento local sai por R$799. Sobre a diferença do preço, Marcelo Bohrer, gerente comercial dessa mesma loja, comentou: "A carga de impostos que a gente paga nas mercadorias é muito alta. Para nós é até difícil entender como que na internet eles conseguem às vezes ter preços tão baixos. O que compramos a preço de custo para revenda às vezes é o preço comercializado nas lojas virtuais”. 

Sobre as cargas tributárias, o gerente disse: "São muitos os impostos pagos para se manter uma loja física, parece que aumentam diariamente. Cerca de 60% do valor das vendas são usados para pagar imposto e isso para a gente dificulta muito. Você paga os tributos, transporte, fora os pedágios que temos na região. Tudo isso entra no valor da mercadoria, por isso às vezes sai mais caro nas lojas daqui, e, no final, o lucro acaba não sendo tão grande, com margens que variam, chegando entre 25% e 30%”.

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TAGS: comércio eletrônico | comércio | economia
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