Manifestação pública pede que nova UPA seja instalada em Olaria

Após anunciar construção da unidade no bairro ainda para o primeiro semestre deste ano, governo municipal muda projeto e decide instalar a unidade no estacionamento do Raul Sertã
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
por Jornal A Voz da Serra
Manifestação pública pede que nova UPA seja instalada em Olaria
Manifestação pública pede que nova UPA seja instalada em Olaria

Hoje, 31, às 17h, na Praça 1º de Maio, será realizado o ato público "UPA em Olaria – eu apoio”, para defender a manutenção da proposta de instalar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no bairro — pois em nova versão divulgada pela Prefeitura, ela está destinada a ser instalada no estacionamento do Hospital Municipal Raul Sertã. O objetivo do ato público é recolher assinaturas que serão entregues ao prefeito Rogério Cabral, pedindo para que ele reveja a medida. Os organizadores são os vereadores Ricardo Figueira (PSDC) e Zezinho do Caminhão (PSB). Além da população, foram convidados o prefeito, demais vereadores, integrantes do Conselho Municipal de Saúde e o secretário de Saúde, Luis Fernando Azevedo.

A implantação da UPA em Olaria é uma luta antiga. Além de atender um dos maiores bairros da cidade, atenderia também os moradores dos bairros Cascatinha, Cônego, Granja do Céu, Vargem Grande, Sítio São Luiz e comunidades adjacentes. Apesar do protocolo e o registro de implantação da segunda UPA ter sido publicado em novembro de 2013 no Diário Oficial da União e ter sido feita sondagem no terreno na Via Expressa, onde seria construída, o anúncio do prefeito Rogério Cabral, em setembro passado, de que a UPA não seria mais construída em Olaria e sim em anexo ao Hospital Municipal Raul Sertã, pegou a todos no bairro de surpresa.

Segundo os organizadores, o site da Prefeitura, em matéria publicada no dia 7 de fevereiro deste ano, citava que o Poder Executivo Municipal já teria recebido a primeira parcela de R$ 310 mil e receberia mais R$ 2.480 mil após a licitação para construir a UPA em Olaria. Na mesma matéria, o prefeito Rogério Cabral ainda garante: "Até o fim do primeiro semestre, Olaria terá a UPA”. E protestam contra essa promessa do prefeito que não foi cumprida. 

Além de Nova Friburgo ainda não ter sido contemplada com a segunda UPA dentro do prazo anunciado, a organização do movimento reclama da transferência da implantação da unidade para outro local sem debate com a comunidade. Por isso a realização do ato público "UPA em Olaria – Eu Apoio”, justamente para debater a questão com a população, prefeito, secretário de Saúde, Conselho Municipal de Saúde e demais vereadores. Já está disponível também na internet uma petição pública onde as pessoas podem assinar: www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR75734.

Para o vereador Zezinho do Caminhão, a retirada do projeto de Olaria é um erro duplo do prefeito: "Além de deixar toda a região de Olaria sem uma UPA, que para mim já é um erro grave da administração municipal, o prefeito comete mais um erro, centralizando os atendimentos no Hospital Raul Sertã. A gente está na batalha pela mobilidade urbana e em vez de descentralizar os serviços, o prefeito quer colocar mais um atendimento importante no centro da cidade. Como vai ficar o trânsito? E os moradores que têm dificuldades de condução? Essa UPA tem que ser construída em Olaria, como foi prometido”, afirma o vereador do PSB.  

O vereador Ricardo Figueira compartilha da opinião de Zezinho e complementa: "A população deve ser prioridade, independentemente de qualquer problema de ordem técnica. Temos de lutar para assegurar à população de Olaria e bairros adjacentes a instalação da UPA na Via Expressa. É de vital importância a sua instalação, uma vez que o bairro tem a maior população da cidade, em torno de 60 mil habitantes. Vamos continuar na luta para assegurar este direito, pois a população de Olaria merece, acima de tudo, respeito”.

UPAs totalizam 25 milhões de atendimentos nas 57 unidades existentes no estado

 As Unidades de Pronto-Atendimento 24 horas (UPAs) de todo o Estado do Rio já realizaram 25 milhões de atendimentos. Seu objetivo é desafogar as unidades de urgência e emergência, recebendo os casos de baixa e média complexidade. Ao todo já foram feitos mais de 21 milhões de exames, mais de um milhão de atendimentos odontológicos e distribuídos cerca de 172 milhões de medicamentos.

Do total de 57 unidades existentes no estado, 29 são de administração própria, o que equivale a 36% das UPAs de gestão estadual do país. Os dados são do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde.

Em 2006, antes da existência deste modelo de unidade de saúde, as emergências dos hospitais fizeram 945 mil atendimentos, o equivalente a 2,5 mil por dia. Em 2013, os hospitais e as UPAs fizeram, juntos, 5,65 milhões de atendimentos, o que resulta na média de 15 mil atendimentos por dia, número cinco vezes maior que o de 2006.

Atendendo a população de diferentes municípios, menos de 1% dos casos que chegam às UPAs evoluíram para a necessidade de transferência do paciente. Desde a inauguração da primeira unidade, na Maré, em maio de 2007, o formato tem sido replicado por outros estados, inclusive, outros países.

Dentro dos serviços disponíveis nas Unidades de Pronto-Atendimento 24 horas estão as especialidades de clínica médica e pediatria, odontologia, exames laboratoriais e de raio-x, sutura, gesso, medicação e nebulização.

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TAGS: UPA | saúde | manifestação
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