Um dos locais mais atingidos pelas chuvas dos últimos anos, Maringá ainda exibe cenário de devastação

O Maringá é um pequeno e tranquilo loteamento no distrito de Riograndina, que apesar do ar de tranquilidade, possui diversos problemas. Paulo Roberto Toledo, que mora no local há mais de 15 anos e tem um comércio próximo a uma das entradas do loteamento, reclama da sua infraestrutura: "A água e, principalmente, os ônibus precisam melhorar. O transporte nunca tem horário fixo, está sempre atrasando. Fora isso, o bairro ainda necessita de creches, escolas e também de um posto de saúde, pois só encontramos esses serviços se formos à Riograndina”. Apesar das reclamações, o comerciante acha o lugar bom para morar, por não ser violento.

Em uma via mais alta do Maringá, Maxilene de Carvalho, que trabalha como costureira e mora no local há 13 anos, comentou que os maiores problemas do lugar são os calçamentos do bairro e os recorrentes problemas com a água. "Geralmente fica dias sem cair água, obrigando a gente a pedir para o caminhão trazer”, comentou a moradora.

No Maringá, as marcas das chuvas de 2011 e de 2007 são visíveis. Em uma das ruas, é possível ver diversas casas condenadas, mostrando graves sinais de abandono, além de parecerem estar em local de risco. Segundo moradores, algumas das construções caíram com os temporais de 2007, antes mesmo da tragédia de 2011.

Maria das Graças Faria, que mora no loteamento há 31 anos, comentou que são necessárias muitas melhoras. "Apesar de o policiamento ser bom e não ter violência, Maringá precisava receber mais atenção. A gente tem o problema com a água, não tem creche nem lugar de lazer para as crianças brincarem, os ônibus são poucos e atrasam. Fora que também precisava de um comércio mais abrangente, se a gente precisa de uma farmácia tem que ir a outro bairro para pode comprar o medicamento”.

Morador de Maringá desde 2002, Walter do Espírito Santo leva realmente a sério o antigo lema "fazer o bem sem olhar a quem”. Aposentado há mais de dez anos, o funcionário, que começou a trabalhar com limpeza urbana na Prefeitura em 1964, continua cuidando da limpeza do bairro, mesmo sem receber qualquer salário por isso, somente para, como ele diz, "não ficar parado”. "Tudo que a gente faz pelo bem nos deixa com alto-astral. Mesmo depois de me aposentar eu continuei a fazer meu trabalho, porque eu não queria ficar parado. Gosto muito do que faço, de manter tudo bem arrumado, direitinho e agora faço por vontade própria.”

Além de seu trabalho voluntário, o aposentado também comentou sobre os problemas do Maringá. "A água é um grande problema. Além de faltar, a gente ainda tem essas caixas quebradas e o bairro também não tem pontos de ônibus cobertos; é importante para um idoso ou até mesmo para outras pessoas quando o clima está muito quente ou chuvoso.”

Procurados pela reportagem de A VOZ DA SERRA sobre os problemas relacionados à água no bairro, a concessionária Águas de Nova Friburgo fez o seguinte comunicado: 

"Águas de Nova Friburgo informa que o problema relatado é devido a estiagem. O Loteamento Maringá está na listagem dos bairros afetados em Nova Friburgo. Para minimizar os problemas de falta de água, a empresa está realizando manobras no sistema e enviando carros pipas, mediante solicitação dos clientes. A concessionária Águas de Nova Friburgo mantém no site a informação atualizada sobre os bairros, localidades e/ou distritos atingidos pela estiagem prolongada. A cada semana, dependendo do índice pluviométrico, a situação pode mudar e alguns nomes de rua podem ser excluídos ou incluídos na lista.  Para ver a lista atualizada,  basta acessar www.aguasdenovafriburgo.com.br.  A concessionária informa, ainda, que os pedidos de pipas são atendidos respeitando-se a fila ou as prioridades, como clínicas, hospitais e escolas.  O atendimento ao consumidor é feito pelo 0800-026-0008.”