De janeiro a setembro, número de queimadas já é 93% maior do que todo o ano de 2013

quarta-feira, 31 de dezembro de 1969
por Jornal A Voz da Serra
De janeiro a setembro, número de queimadas já é 93% maior do que todo o ano de 2013
De janeiro a setembro, número de queimadas já é 93% maior do que todo o ano de 2013

Dayane Emrich

Todos os anos o cenário é o mesmo. Em tempos de estiagem, as queimadas — quase todas criminosas — se alastram pelo país. Em Nova Friburgo não é diferente. 

De acordo com dados disponibilizados pelo 6° Grupamento de Bombeiro Militar, somente até o mês de setembro deste ano foram contabilizados 356 focos de queimada — número consideravelmente maior do que o registrado durante todo o ano de 2013, quando foram somadas 184 ocorrências. Isso sem contar os casos em que os bombeiros não são acionados. 

Somente no último mês de setembro foram registrados 111 incêndios florestais na cidade, enquanto no ano passado, o mesmo mês listou 32. Dentre as ocorrências, o tenente-coronel do 6° GBM, João de Moraes, chama atenção para o incêndio nas três Catarinas, iniciado no dia 24 de setembro. "Em quatro dias, empregamos mais de 80 homens, além do apoio das unidades especializadas: Grupamento Operacional Aéreo (GOA) e do 1° Grupamento Socorro Florestal e Meio Ambiente (GSFMA)”, disse. O tenente acrescentou ainda que a área destruída foi de, aproximadamente, 40 campos de futebol. 

 Além do entorno das Catarinas, diversos pontos da cidade já foram tomados por incêndios, como Granja Spinelli, São Pedro da Serra, Bela Vista, Conselheiro Paulino, Furnas, entre muitos outros bairros. Essa grande quantidade de ocorrências em todo o município deixa a população apreensiva, além de transmitir a ideia de impunidade — já que os responsáveis por esses crimes praticamente nunca são identificados, e mesmo quando são, parecem não sofrer qualquer tipo de punição. 

Foi o noticiado por A VOZ DA SERRA em matéria divulgada no último dia 9. Na ocasião, uma leitora — que preferiu não se identificar — denunciou um morador do bairro de Furnas, acusando-o de ter posto fogo em uma área próximo ao Véu da Noivas. Contudo, a mulher afirmou que mesmo após ligar para os órgãos responsáveis por esse tipo de ocorrência, nem sequer a Guarda Ambiental ou os Bombeiros apareceram no local. 

Naquela circunstância, em depoimento, o inspetor da Guarda Municipal Luciano da Silva Farizel confirmou que nenhuma equipe foi enviada ao local, e explicou que nesse tipo de ocorrência o ideal é que uma ou mais pessoas se reúnam e façam a denúncia na própria delegacia. "Isso é um crime covarde: a pessoa bota fogo e vai embora. Dificilmente conseguimos pegar o culpado, a menos que haja testemunhas. É como qualquer outro crime: não se pode prender sem provas”, comentou o inspetor. 

Já o tenente-coronel João Luiz de Moraes destacou que a população precisa se conscientizar sobre o perigo que essa prática ilegal vem causando ao município. "Este ano tivemos bastante casos de queimadas. Quando conseguimos flagrar alguém colocando fogo na mata damos voz de prisão e chamamos a Polícia Militar, que o leva para a delegacia” e acrescentou que apesar do esforço da corporação, pode acontecer de, eventualmente, denúncias de queimadas não serem atendidas caso as equipes já estejam em outras ocorrências. "Mas a população tem realmente que nos chamar e devem saber que podem contar conosco”, disse.  

 

No gráfico podemos notar que em todos os meses desse ano, com exceção de abril, o número de queimadas registradas pelo Corpo de Bombeiros foi superior ao do ano passado, o que constata que a impunidade acaba contribuindo, e muito, para o aumento dos crimes ambientais

 

    

 



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