Orquestra Petrobras Sinfônica faz show gratuito neste domingo no Municipal

domingo, 21 de setembro de 2014
por Jornal A Voz da Serra
Orquestra Petrobras Sinfônica faz show gratuito neste domingo no Municipal
Orquestra Petrobras Sinfônica faz show gratuito neste domingo no Municipal

Lucas Vieira

Neste domingo, 21, às 19h, Nova Friburgo recebe a Orquestra Petrobras Sinfônica para um grande concerto no Teatro Municipal Laercio Rangel Ventura, com classificação livre. Com mais duas apresentações em outras localidades no fim de semana, a orquestra apresenta em Nova Friburgo peças como a abertura da ópera "As Bodas de Fígaro”, de Mozart; "Canção de Marieta e Canção de Pierrot”, da ópera "A Cidade Morta”, de Korngold; e "Concerto para Trombone e Orquestra” de Nino Rota. Como um dos objetivos da orquestra é democratizar o acesso à música clássica, as apresentações serão gratuitas.

Em entrevista ao jornal A VOZ DA SERRA, o maestro Carlos Prazeres — hoje um dos principais maestros convidados da Orquestra Petrobras Sinfônica — falou sobre as expectativas para o concerto de domingo e também da situação da música clássica nos tempos atuais.


A VOZ DA SERRA - Há quanto tempo existe o trabalho da Orquestra Petrobras Sinfônica?

Carlos dos Prazeres - Esse trabalho da orquestra com a Petrobras completou 30 anos recentemente.


Quantos músicos formam a orquestra hoje?

A Orquestra Petrobras Sinfônica possui hoje cerca de 70 músicos atuantes.


Qual é a base da Orquestra em termos de repertório?

Nós temos uma tradição de saber como interpretar repertórios barrocos e clássicos. Nosso repertório é composto por músicas do século 18 e 19.


Como surgiu a parceria com o trombonista inglês Ian Bousfield?

Foi através do Festival de Trombones da Universidade do Rio de Janeiro. A gente se conheceu e logo em seguida o João Luís Areias, que é o primeiro trombonista da Petrobras Sinfônica, convidou o Ian para fazer um concerto com a gente.


Como está a expectativa para a apresentação do "Concerto para Trombone e Orquestra”?

A expectativa é muito grande, pois esse é um importante concerto para trombone. O Nino Rota é um compositor de trilhas sonoras importantes, ele compôs temas para os filmes do Fellini [cineasta italiano]. Nós faremos o concerto em Nova Friburgo com o José Newton Vieira, que é o principal primeiro-trombonista da Orquestra de Porto Alegre. A gente iria tocar o "Pânico e Ironia”, estreando a obra de René Starr no Brasil, mas como o Ian Bousfield teve um problema de saúde, a gente não tocará essa música na apresentação.


Há um grande público para a música clássica? Como é a relação desse público com a música hoje em dia?

A música clássica passa por um grande dilema e uma autorreflexão. Nós temos uma atuação parecida com os concertos de 150 anos atrás. O grande problema que a música clássica enfrenta é a renovação do público. A questão é o que fazer para conseguir prender a atenção das pessoas por duas horas, mantê-las em silêncio, com celulares desligados, prestando atenção só no concerto.


Uma tendência recente das orquestras é misturar música popular com erudita. A Petrobras Sinfônica faz algum tipo de trabalho com essas características?

A gente tem uma série chamada "MPB e Jazz”, mas ela tem um papel menor em nossa programação. A mistura atrai novos públicos, porém é preciso ter um certo cuidado, pois esses temas desviam do propósito da orquestra. No meu entender, a música clássica precisa de uma nova embalagem. É necessário fazê-la tornar-se mais acessível, mais leve para o público.

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