Um simples ato corriqueiro de muitas donas de casa e funcionários de bares e restaurantes pode causar diversos danos ao meio ambiente — despejar óleo de cozinha no ralo da pia ou do quintal contribui, e muito, para poluição de litros de água, além de danificar o sistema hidráulico da própria construção. Além disso, quando despejado, o óleo pode ir para o solo, impermeabilizando-o e podendo causar processos de enchentes. Ele também pode causar a morte de peixes e desequilibrar o ecossistema. Para descontaminar a água, o custo é alto.
Pensando nisso, foi criado em 2008, pelo então secretário estadual do Meio Ambiente, Carlos Minc, o Programa de Reaproveitamento de Óleos Comestíveis do Estado do Rio de Janeiro (Prove), estimulando os municípios a promoverem o recolhimento do óleo vegetal. A coleta é realizada por cooperativas cadastradas ao programa que atuam em uma determinada área de alcance, cobrindo regiões. Atualmente, o Prove mobiliza cerca de 400 trabalhadores de vários municípios fluminenses (cadastrados em 45 cooperativas) que recolhem em média três milhões de litros de óleo por ano. O óleo recolhido pode ser repassado para a produção de biodisel ou sabão. Vale lembrar que o sabão caseiro é tão poluente quanto jogar o óleo diretamente no ralo, até pior, por que contém soda cáustica, que retira o oxigênio da água, causando um mal irreversível.
Em Nova Friburgo, assim como em todo estado, o programa é realizado por meio das empresas cadastradas ou postos de coleta. Donas de casa e responsáveis por estabelecimentos comerciais podem recorrer a esses serviços para descartar o óleo de maneira correta, contribuindo com o meio ambiente.
A empresária Fernanda Combat administra cooperativas que fazem a coleta, opção mais utilizada pelos estabelecimentos comerciais, onde a quantidade de óleo utilizado é grande. Segundo ela, para solicitar o serviço é muito simples. "O comerciante que tiver interesse em reciclar o óleo de cozinha já utilizado pode entrar em contato diretamente com a empresa ou com a secretária de Meio Ambiente da cidade, que eles fazem contato com a gente.” A instalação e a operação do material também não são processos muito trabalhosos. As bombonas (como são chamados os recipientes que acumulam o óleo) são instaladas no estabelecimento e assim que estiverem cheias, basta o responsável ligar para a empresa, que vai até o local e faz a coleta.
Projeto da Energisa em parceria as cooperativas, o Conta Cidadã tem como lema "Sua conta mais leve, a cidade mais limpa”. O projeto é direcionado, em sua maioria, para donas de casa, e possibilita que elas consigam descontos na sua conta de luz. A dona de casa deve armazenar o óleo em garrafas PET e levar a um posto de coleta; a cada litro, é descontado dez centavos no imposto.
Os postos de coleta podem ser encontrados em vários bairros como Conselheiro Paulino, Olaria, Vila Amélia e Centro. É prevista também inauguração de mais duas unidades: no Bairro Ypu e no Catarcione.
Matéria realizada pelo estagiário Juliano Cabral sob orientação da chefia de redação
Deixe o seu comentário