Doença muito comum e conhecida, a raiva, além de cães e gatos, é também uma das principais causas de morte de bovinos e equinos em todo o país. Ela é causada por um vírus e transmitida pela mordedura de animais doentes e portadores, principalmente morcegos. Uma das piores características dessa doença é o fato de ela ser imprevisível, ou seja, quando os sintomas são notados, muitas vezes, grande parte dos animais já foi contaminada e, geralmente, é difícil controlar e recuperar o rebanho infectado.
O morcego hematófago — que se alimenta de sangue — é o mais eficiente nessa disseminação porque age na calada da noite enquanto os animais dormem. Além disso, os morcegos são altamente eficientes na sua perpetuação e reprodução, mantendo sua população sempre muito numerosa quando não devidamente controlada. Ao sugar o sangue dos cavalos e bois para sua alimentação de rotina podem contrair o vírus de algum animal infectado, disseminando entre eles e os outros animais que forem sendo sugados em seguida. Há também a possibilidades do contágio direto com o homem. Se entrar em contato com a saliva ou placenta, liquido amniótico, sangue e demais secreções, este poderá ser contaminado. Até mesmo restos de animais mortos por causa de raiva podem transmitir a doença.
Entre os principais sintomas da raiva em bovinos e equinos estão agitação, agressividade, salivação abundante, falta de apetite, andar cambaleante, dificuldade de deglutição e respiratórias, tremor muscular e paralisia.
O veterinário Gustavo Braune alerta que depois de atingido o sistema nervoso central não há mais intervenção possível para tratar da doença, que geralmente tem um ciclo de duas a quatro semanas. "O criador que observar sintomas da doença em sua criação deve isolar imediatamente os animais suspeitos. Os locais potencialmente infectados devem passar por desinfecção química e/ou através do fogo, maçaricos ou vassouras de fogo”, completou.
Gustavo explica ainda que a partir do fim da imunização passiva feita da mãe para o feto, que vai até cerca de 30 dias após o nascimento, é prudente promover a vacinação do animal — que deve ser repetida anualmente — para que não haja risco de contágio. A vacina deve ser aplicada por um médico veterinário ou por um técnico agrícola capacitado. Gustavo alerta também sobre o local ideal para a aplicação. "A injeção deve ser dada em uma região de abundante musculatura do animal; na tábua do pescoço ou na garupa, porque é fundamental que seja feita profundamente no músculo. Por isso, é completamente contraindicado o uso de pistolas automáticas que são eficiente para aplicação subcutânea”, acrescentou.
De acordo com a Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural, em Nova Friburgo, assim como em cidades vizinhas como Bom Jardim, já foram registrados alguns casos da raiva em bovinos e equinos e, por isso, os criadores desses animais devem ficar atentos para o risco de contaminação do rebanho.
É o que alerta o médico veterinário Luiz Fernando Bonin Freitas, da Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural. "Nova Friburgo é uma região com muitas pedreiras e esses locais acabam sendo ideais para os morcegos viverem. Por isso, os criadores devem manter os animais imunizados. Sem a vacinação, os animais podem pegar a doença e expor outros animais, e até mesmo pessoas, ao risco de contaminação.”
Os criadores que notarem os sintomas em seu rebanho, além da vacinação, devem entrar em contato com o Núcleo de Defesa Sanitária Animal de Nova Friburgo (NDA-NF), de forma a obter instruções sobre como proceder em caso de infecção dos animais.
A vacina antirrábica pode ser adquirida em estabelecimentos autorizados. Após a compra, o medicamento deve ser conservado em gelo até a aplicação no animal.
Vale destacar ainda que a Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural está à disposição para eventuais esclarecimentos através dos telefones (22) 2525-9228 e 2523-5877. Em caso de dúvidas, o contato pode ser feito também pelo NDA-NF através do telefone (22) 2527-5723. O Núcleo de Defesa Sanitária Animal de Nova Friburgo está localizado na Rua Euclides Solon Pontes 30, Centro.
Matéria realizada pela estagiária Dayane Emrich sob supervisão da chefia de redação
Deixe o seu comentário