Yetis derrota Itaperuna United por 39 a 0

quarta-feira, 31 de dezembro de 1969
por Jornal A Voz da Serra
Yetis derrota Itaperuna United por 39 a 0
Yetis derrota Itaperuna United por 39 a 0

Vinicius Gastin

O cenário estava todo montado, e nem mesmo a chuva foi capaz de estragar o espetáculo. O campo do Botafoguinho, na Chácara do Paraíso, foi cuidadosamente preparado para receber o jogo de estreia da Liga Fluminense de Futebol Americano (LiFFA), entre Nova Friburgo Yetis e  Itaperuna Giants United. Em casa, os homens de gelo, atuais campeões da LiFFA, não decepcionaram e venceram por 39 a 0. 

O primeiro passo rumo ao bicampeonato foi dado com categoria. E muita chuva. O mau tempo, no entanto, não prejudicou o desempenho do Yetis, nem mesmo espantou o público. A torcida compareceu em bom número e empurrou os jogadores friburguenses durante todo o tempo. O estímulo das arquibancadas fez o Yetis tomar a iniciativa do jogo e enfrentar as muitas faltas assinaladas no primeiro tempo. 

Na etapa final, o time de Nova Friburgo esteve mais seguro e controlou as ações. O ataque do Yetis funcionou, e foi diretamente responsável por 37 dos 39 pontos. A marca é a mais alta desde o jogo contra o Itaperuna BlackStones, anos antes de a Liga ser criada. A defesa mostrou a habitual segurança e, pela segunda vez no ano, (considerando os jogos amistosos), conseguiu sair de campo sem sofrer pontos. Destaque para a estreia do novo quarterback, Gabriel Zani, ex-jogador do Vasco.

O time de Itaperuna, apesar de estreante na liga, não foi um adversário dos mais simples. Os visitantes apresentaram boa organização e mostraram estar preparados para fazer um bom papel na competição deste ano. 

A vitória em casa leva os homens de gelo à liderança da Conferência. A terceira equipe do grupo, o Macaé Oilers, joga a primeira partida apenas no dia 17/08, em Macaé, exatamente contra o Nova Friburgo Yetis.

"Foi uma ótima estreia, e não podemos deixar de agradecer aos apoios da Faol, Secretaria de Esportes de Nova Friburgo, Colégio Modelo e ao Clube Esportivo Botafogo Social Club. A participação deles é fundamental”, ressalta o atleta e presidente do Yetis Luiz Thiago Campos.

 

Estreia foi em casa, no campo do Botafoguinho, na Chácara do Paraíso

Time de Nova Friburgo busca o bicampeonato da LiFFA: estreia com vitória é primeiro passo


Por amor ao futebol americano

Viagens longas e dedicação: desafios que movem a paixão pelo esporte

Jogar futebol americano no Brasil ainda é uma prática pouco comum, se comparada a outras modalidades esportivas. No entanto, o esporte cresce movido pela paixão e organização de quem é fã da bola oval. A ideia de criar a Liga Fluminense de Futebol Americano (LiFFA), por exemplo, surgiu de um grupo de jovens de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. A falta de apoio estrutural e financeiro foram os maiores empecilhos para transformar o projeto em realidade. No entanto, a dedicação e a adesão de novas equipes superaram qualquer obstáculo, e a competição chega à terceira edição em 2014.

O sucesso dos anos anteriores impulsiona o crescimento da LiFFA. O torneio deste ano conta com a participação de 11 times, divididos em conferências. A grande maioria conta com o apoio de empresas da própria cidade, o que permite custear as viagens e a compra de parte dos materiais. O complemento ainda sai do bolso dos atletas, mas os praticantes de futebol americano já conseguem observar alguns avanços e projetar um futuro melhor.

"Nenhum atleta no Brasil recebe dinheiro para jogar. Jogamos todos apenas por amor ao esporte. Mas há um grande diferencial para o futebol americano em relação aos outros esportes amadores no país. A paixão com que ele é praticado é impressionante. É levado como um estilo de vida por todos os atletas. É impossível se restringir apenas aos treinos de fins de semana. Todos os times têm projetos extracampo, e todos os atletas, mesmo sem ganhar nada, fazem de tudo para cuidar do físico para melhorar o desempenho em campo”, comenta Matheus Mendonça, o Kaka, capitão do Nova Friburgo Yetis.

Alguns problemas estruturais, entretanto, ainda são notórios. A maioria dos jogadores não utiliza todos os equipamentos necessários, como capacete e ombreiras — algo que não é exigido pela dificuldade de conseguir os mesmos. Mesmo diante de uma realidade aquém da considerada ideal, a inscrição de 11 times e a divisão em três Conferências — Norte, Central e Sul — comprovam a evolução apresentada a cada edição da Liga Fluminense. 

Outro aspecto interessante é a dedicação das equipes participantes do torneio. O Nova Friburgo Yetis mantém uma rotina de treinamentos no campo de Santa Luzia, no Cônego, e utiliza a quadra do Colégio Modelo para a realizar a preparação física. Para este ano, algumas mudanças aconteceram na diretoria da equipe e Luiz Thiago Campos assumiu a presidência. Detalhes que mostram o envolvimento cada vez maior dos amantes da modalidade.

"O time reformulou algumas coisas que não ocorreram do jeito certo no ano passado. Começamos pelo extracampo. Reformulamos nossa diretoria e isso fez uma enorme diferença. Conseguimos, inclusive, adequar o nosso campo de jogo, que não tinha as medidas oficiais. Nosso try-out (peneira) foi um sucesso no início do ano. Conseguimos excelentes atletas que já fizeram a diferença em nossas duas últimas vitórias nessa pré-temporada. Alguns destes conseguiram alcançar, inclusive, a titularidade. Nesse ano, tivemos uma enorme conquista interna. Um atleta da nossa equipe de base, o Nova Friburgo Pinguins, passou a integrar a equipe adulta. Em relação aos outros times, nossa preparação foi muito mais intensa. Já estamos estudando os adversários há muito tempo”, analisou Kaka.

 

Vibração a cada jogada bem executada: característica do futebol americano









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