EDITORIAL - Domingo mais que perfeito

domingo, 20 de julho de 2014
por Jornal A Voz da Serra

QUEM ACHA que Nova Friburgo não tem jeito, os nossos políticos não conseguem resolver os problemas e a economia vai cambaleando, errou. A cidade ressurge do meio do nada, dá sinais evidentes de que está bem viva e a população respira ares felizes e promissores. Este último final de semana mostrou que nem tudo está perdido, o turismo vai bem, a cultura está atuante e a autoestima fica elevada.

O FESTIVAL DE INVERNO e o Encontro de Dança do Sesc deram o tom que a nossa cidade precisava para se firmar no cenário cultural do interior fluminense. Uma opção válida e merecida que lotou hotéis e pousadas, movimentou as ruas e fortaleceu o comércio. Esta é a cara que Nova Friburgo deve mostrar a seus próprios habitantes e aos turistas. Um final de semana marcante.

A ALTA ESTAÇÃO do inverno é um ponto de referência que não pode ser desconsiderado pelos nossos administradores. Trata-se de uma época em que todos ganham. O comércio se revigora, os grupos artísticos interagem com o que há de melhor e a população volta a conviver com valores que revelam o lado marcante de sua gente, razão do sucesso do município quando o assunto é o turismo.

DESDE A TRAGÉDIA de janeiro de 2011, a área cultural friburguense tem se esforçado bastante para recuperar a autoestima da população, num empenho conjunto em nome da reconstrução da cidade. Agora, três anos após a chuva, finalmente as obras de recuperação da praça do Suspiro avançaram firmes, a capela foi plenamente restaurada e as promoções culturais do Teatro Municipal, também atingido, voltam às atividades com toda a força.

SE A PALAVRA de ordem é reconstrução, a cultura também deve estar na linha de frente para que isto aconteça. Atingida como foi, a vida friburguense perde um pouco do seu encanto e atratividade turística, pois ficamos um período sem salas para apresentações musicais, impedindo a produção cultural na cidade durante um longo período.

OS PROBLEMAS, porém, não param aí. Aprovado pela Câmara Municipal, projeto do Executivo que prevê novos tombamentos de bens públicos ou particulares de interesse histórico ou cultural ainda não foi deslanchado. Para quem sofreu perdas quase irreparáveis com a chuva, é um bom momento para reavaliar a importância dos imóveis e os riscos ao nosso patrimônio e traçar novas políticas estruturantes para o setor. 

COMO VIMOS neste último final de semana, o setor cultural friburguense possui um rico valor agregado para o turismo e a economia do município, gera renda e cria inúmeras oportunidades de trabalho. Devemos, pois, tratá-lo como investimento para que volte à sua plenitude e não como uma obra embargada sem previsão de voltar à atividade, no final da fila das prioridades. A restauração do Suspiro é um bom sinal de que a reconstrução de Nova Friburgo não é uma quimera, um sonho só dos políticos. Ela começa a se fazer presente no nosso dia a dia. Ainda bem.

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