AVS na Copa - A elegância discreta da seleção alemã

terça-feira, 08 de julho de 2014
por Jornal A Voz da Serra

#ForçaBrasil #LevanteACabeça #BrasilÉTradição #RespeiteASeleção #JogaBonito #Futebol #BrasilTeAmo LP10.

 "Respeite a AMARELINHA com sua história e tradição. O mundo do futebol deve muito ao futebol brasileiro, que é e sempre será o país do futebol. 

A vitória é consequência do trabalho. Viemos determinados, todos nós crescemos vendo o Brasil jogar, nossos heróis que nos inspiraram são todos daqui.

Brigas nas ruas, confusões, protestos não irão resolver ou mudar nada. Quando a Copa acabar e nós formos embora, tudo voltará ao normal, então muita paz e amor para esse povo maravilhoso, um povo humilde, batalhador e honesto. Um país que eu aprendi a amar.”

Lukas Podolski (atacante da seleção alemã)


"Vocês têm um país lindo, pessoas maravilhosas e incríveis jogadores. Essa partida não deve destruir seu orgulho! #Brasil”

Mesut Özil (Meia da seleção alemã)

 

Liliana Sarquis

Alguma coisa acontece no coração do brasileiro que lê as mensagens enviadas por dois grandes jogadores da seleção alemã, Podolski  e Özil, logo após o massacre sofrido pelo Brasil na última terça-feira, 8. Mas num país onde a maioria só é patriota em época de Copa do Mundo, fica difícil convencer que o verde e amarelo e a tão entoada "Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor” devam estar nas nossas vidas em todas as épocas, independentemente de um evento esportivo. 

Discretos, os alemães se concentraram numa praia da Bahia. Sem badalações, sem reverência ou fabricação de ídolos. Com banhos de mar, sim, mas focando a correção de falhas, treinando, pensando objetivamente no tetra. Se eles vão ser campeões, é outra história. Mas a elegância, simpatia (que muitos preconceituosamente acham que os alemães não têm) e o espírito esportivo da equipe de Joachim Löw são bons exemplos a serem seguidos. Sem o tradicional oba-oba de boa parte dos brasileiros, que embarca em qualquer campanha de marketing e opinião de algum famoso, sem analisar, racionalmente, a questão. E a questão, no caso da seleção, era, como bem disse o colunista de A VOZ DA SERRA Vinicius Gastin, a falta de discussão em torno dos nomes convocados. "A unanimidade preocupa”, em suas próprias palavras. Enquanto o povo idolatrava Neymar e sua namorada Bruna Marquezine, Felipão não conseguia arrumar o meio de campo da Seleção, fazendo testes durante os jogos. Isso olhando superficialmente a questão, que na verdade vai muito além da seleção em si. Ver crianças brasileiras que têm como time do coração o Barcelona, Real Madrid, Inter de Milão, Bayer de Munique, assusta. Ver o mato crescendo nos campinhos de futebol dos bairros, quando tempos atrás meninos disputavam quem jogaria primeiro, também assusta e mostra que o futebol do Brasil não vai assim tão bem como querem nos passar durante os jogos oficiais. Ver equipes profissionais que não estão entre as chamadas "grandes” com pires na mão também mostra a fragilidade do nosso futebol. E reconhecemos a "força da grana que ergue e destrói coisas belas”. E aí, vemos a estrutura alemã voltada para o que chamamos de dente de leite até o profissional. Para o feminino, inclusive. E para outros esportes. E não é uma questão de dinheiro, e sim de planejamento, boa vontade, amor verdadeiro ao esporte. 

O que nos resta é torcer pelo menos para um terceiro lugar, no próximo sábado, sabendo que o país do futebol precisa, antes de tudo, deixar de ser o país do oba-oba, do "jeitinho” — inclusive, daquele de tentar ganhar o jogo simulando faltas e pênaltis — e ser o país do patriotismo nos 365 dias do ano. Com ou sem Copa. 





CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade