Necrológio - Eda Cassano

quinta-feira, 24 de abril de 2014
por Jornal A Voz da Serra
Necrológio - Eda Cassano
Necrológio - Eda Cassano

Faleceu na segunda-feira, 21, às 8h15, Eda Cassano, uma das pessoas mais ilustres do carnaval friburguense. Ela residia há muitos anos na Rua Monsenhor José Antônio Teixeira (antiga São João), no Centro. Seu corpo foi velado no Memorial SAF, em Duas Pedras, e sepultado às 10h desta terça-feira, 22, no cemitério Memorial Parque das Montanhas, na estrada de Amparo.

Filha mais nova de sete irmãos, Eda Cassano perdeu a mãe muito cedo, o que a levou a um colégio interno em Goiânia. Dali, ainda jovem, seguiu para o Teatro Municipal do Rio, onde teve aulas de dança até ser descoberta por Walter Pinto e se tornar uma vedete das Revistas Musicais e ter participado de diversas montagens.

Seu talento levou-a a participar também de diversos programas de TV, entre eles Flávio Cavalcanti e Carequinha, na Tupi, Praça Onze, de João Roberto Kelly, e Programa da Dercy Gonçalves, na TV Globo, além de outras atrações nas TVs Excelsior e Rio. Tornou-se uma das Certinhas do Lalau, sendo convidada a desfilar pelo Salgueiro. E a partir de então apaixonou pelo carnaval. 

Eda transferiu-se para Nova Friburgo ao se casar com um italiano, que abriu na cidade uma livraria, Giovanni Livros. O casal foi convidado a participar da Vilage no Samba, ajudando, inclusive, na construção da sede da escola. A filha, Rosangela, participava junto. Eda tornou-se figura obrigatória no carnaval da cidade, desfilando por agremiações ou participando de concursos de carnaval. Chegou a receber o título de hors concours de luxo feminino. Ultimamente, participava do carnaval da Imperatriz de Olaria, onde, como afirmava, foi sempre bem recebida. Considerava que a importância do carnaval ia muito além dos quatro dias de folia, já que proporciona empregos para costureiras, músicas, ferreiros, entre outras profissões. "O melhor de tudo: possibilita-nos criar amigos. Criei minha filha numa quadra de escola da samba. Fiz vários destaques (fantasias) para outras pessoas, ganho dinheiro, amigos, momentos felizes e colaboro com a cultura popular”, ressaltava Eda.

Depois de muitos carnavais, Eda dizia sentir saudades de antigamente. "Infelizmente, grande parte do carnaval de Nova Friburgo está sendo comprado pronto de agremiações fora do município. Isso faz com que os enredos fiquem, de certa forma, desfalcados. Sinto falta, por exemplo, das alas continuadas, que eram representadas por famílias. Tinha a Ala dos Casais, da Portela, do Tufik Milled, dos Bandeirantes, do Helinho Cunha. Sinto falta da continuidade da história daqueles que fundaram as escolas e também dos destaques de carnaval que não participam mais e do respeito aos hors-concours, que se perderam na memória de muitos que realizam os festejos de Momo. Tenho saudades dos blocos de embalo e de enredo do passado; de Finha e sua equipe, do Brasil com Z, Bloco dos Malas, Banda dos Motoqueiros e Dragões Alcoólatras. Nas segundas-feiras, a gente assistindo nomes como Eduardo Rodrigues, Baiano e Iran Manduro e muitos amigos queridos ‘desfilando’ na calçada do Majórica”, recordava a ex-vedete. 

A filha Rosângela Cassano convida, desde já, parentes e amigos para a missa de sétimo dia de sua mãe Eda na próxima segunda-feira, 28, às 16h, na Catedral São João Batista, no Centro.


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