Um cavaleiro que é exemplo de devoção

quinta-feira, 24 de abril de 2014
por Jornal A Voz da Serra
Um cavaleiro que é exemplo de devoção
Um cavaleiro que é exemplo de devoção

Flávia Namen

Nesta quarta-feira, 23, Dia de São Jorge, vale destacar a figura do porteiro Antônio Brito, que esbanja devoção ao Santo Guerreiro e foi uma das atrações da cavalgada realizada no último domingo, 20, pelas ruas de Nova Friburgo. Ele participa do evento caracterizado de soldado romano, com direito a armadura, túnica, calça gaulesa, espada, lança e o elmo na cabeça. "Esse era o verdadeiro traje de São Jorge, que tem uma história muito bonita e foi um dos alicerces para o fortalecimento do cristianismo”, diz ele.

Antônio, que é carioca e reside em Nova Friburgo há cinco anos, lembra que seu interesse pela vida do santo começou ainda na infância. "Visitei a Igreja de São Jorge, localizada ao lado do Campo de Santana, e fiquei fascinado com a imagem e a indumentária do santo. A partir daí, comecei a me interessar por sua vida e pelo período romano”, conta ele, acrescentando que também é devoto de outros santos que foram soldados em suas vidas, como Santo Expedito e São Sebastião. 

A caracterização de Antônio para a cavalgada prima pelos detalhes e recebeu até um nome especial: Drusus Longinus, um bravo soldado da antiga Roma. A túnica foi feita sob encomenda em uma empresa de Brasília que confecciona artefatos históricos, e o capacete veio de São Paulo. Os cabelos longos do devoto completam o visual, que chama a atenção de adultos e crianças antes, durante e depois da cavalgada. "O pessoal gosta, aprecia e sempre pede para tirar foto comigo na ida e na volta. Até policial já parou para ser fotografado ao meu lado”, diz ele.

Apaixonado pela história antiga, Antônio já participou, quando morava em Guapimirim, de várias apresentações ao ar livre de ginasius hipica, um esporte muito popular na Era Medieval. Antes de se mudar para Nova Friburgo, ele também marcava presença nas procissões e cavalgadas em homenagem a São Jorge em vários municípios fluminenses. As festas temáticas são outra paixão e onde ele conheceu a esposa, Fátima. "Me mudei para cá depois que me casei com ela, que me dá todo o apoio nesta minha devoção.”

 

O cavaleiro da esperança, da força e da proteção para as batalhas diárias

Um dos mais populares santos no Brasil, São Jorge teria nascido na Capadócia (Turquia) no ano 275 e foi um corajoso soldado do exército romano que carregava sempre consigo uma couraça, uma espada e um escudo: elementos que hoje representam a fé, a esperança e a caridade do santo. Por volta do ano 300, na Palestina, tornou-se conselheiro do Imperador Diocleciano, de tão admirado que era. Isso, entretanto, transformou-se em ódio quando ele se recusou a negar a Cristo. São Jorge foi condenado à morte, sendo jogado em uma prisão com uma pedra pontuda cravada em seu peito. Depois, foi enterrado com cal até o pescoço e, por fim, decapitado.

O guerreiro morreu como um herói e tornou-se um dos santos mais devotados e venerados em várias partes do mundo, sendo o padroeiro da Inglaterra. Além da popularidade entre os católicos, o santo também é cultuado por adeptos do candomblé e da umbanda por uma razão muito simples: ele garante coragem e resistência.

Diversas lendas cercam a história de São Jorge, como a que ele transformou um dragão em um carneirinho com um simples golpe de espada. Protetor dos que trabalham com ferramentas, o santo é tido como o cavaleiro da esperança, da força e da proteção para as batalhas diárias. Várias profissões estão ligadas ao santo, como metalúrgico, mecânico, escultor, carpinteiro, marceneiro, barbeiro e, principalmente, militares e combatentes. A ele também é atribuída a força para quem quer se defender dos inimigos e adversários, ter proteção no lar e em todos os setores da vida.



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