OPINIÕES - Agosto é mesmo o mês do desgosto?

segunda-feira, 12 de agosto de 2013
por Jornal A Voz da Serra

Henrique Amorim 

O mês de agosto é famoso, pelo menos para os mais antigos — e principalmente para os supersticiosos — como o mês do desgosto. Mas, por quê? Segundo a crendice popular, o oitavo mês do ano associa-se diretamente a pesar, tristeza, sofrimento e dissabores. Mas nem todo mundo pensa assim. Os mais curiosos acreditam que a má fama de agosto teria explicação num episódio ocorrido em Portugal, onde as mulheres tinham como hábito nunca se casarem neste mês, pois era justamente em agosto que os navios expedicionários zarpavam por mares europeus em busca da descoberta de novas terras. Portanto, casar em agosto era garantia de começar a vida a dois sem o marido e consequentemente sem lua-de-mel, correndo o risco ainda de uma viuvez precoce, caso ocorresse algum naufrágio. 

Verdade ou não, coincidências ou não, o mês de agosto tem um histórico de episódios trágicos que fortalecem o "pé atrás” dos supersticiosos de carteirinha e também daqueles não acreditam muito em negatividade, mas diante de uma escada na calçada, optam naturalmente por não passarem por baixo dela e se cruzarem com gato preto na numa sexta-feira não dispensam uma oração ao anjo da guarda com pedido de proteção. Vejam só alguns acontecimentos negativos de agosto: em 1572, num 24 de agosto, ocorreu o massacre dos huguenotes (denominação dos protestantes franceses dada por seus inimigos nos séculos 16 e 17); em 6 de agosto de 1890, ocorreu a primeira morte numa cadeira elétrica; nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, bombas atômicas dilaceraram as cidades japonesas de Hiroshima e Nagazaki marcando mundialmente o maior genocídio da história; no Brasil, em 24 de agosto de 1954, o presidente Getúlio Vargas suicidou-se e em 24 de agosto de 1976, o presidente Juscelino Kubitschek morreu num grave acidente automobilístico.         

Diante da má fama de agosto A VOZ DA SERRA foi às ruas de Nova Friburgo saber de alguns populares se essa onda de superstição ainda resiste ao tempo ou se virou "coisa de antigamente”. A maioria admitiu não ter aversão ao mês de agosto. Será mesmo? Afinal, todo cuidado pode ser pouco. Hoje é dia 13, e de agosto...

 

"Para mim agosto é um mês como todos os outros. Não acho que ele tenha negatividade. Não sou supersticiosa e não acredito nessas coisas.”

Dorotéia Dias, aposentada, Olaria 

 

 

 

 


"Agosto é um mês normal. Algumas pessoas dizem que agosto é um mês de coisas ruins. Nada disso. Essas coisas não existem. Superstição para mim é uma bobagem.”

Luzia Mello, aposentada, Olaria 


 

 

 

 

"Não acredito nessa história de superstição. Acho que não tem nada a ver. Cada um atrai coisas boas ou ruins para si independente do mês do ano. Essa tradição de má fama de agosto é uma coisa antiga que hoje em dia não influencia mais.”

Fátima Almeida, comerciária, Cônego

 

 

 

 


"Não acredito nessa tradição de agosto ser considerado o mês de agosto. Não tenho superstição com nada e também não acredito nelas. Agosto é um mês normal, igual a todos os outros.”

Elias Andrade, jardineiro, Chácara do Paraíso

 

 

 

 


"Eu acredito que tudo o que ocorre depende de nos mesmos. Se nós só tivermos pensamentos negativos, certamente iremos atrair alguma negatividade e isso independe da época do ano. Pode ser em qualquer mês, depende do nosso estado. E se buscarmos sempre uma energia boa, as coisas boas surgirão em nossas vidas. Acreditar em superstição apenas por acreditar é bobagem.”

Letícia Lugarinho, empresária, Cônego

 

 

 


"Superstição eu não tenho, mas coincidência ou não, agosto tem uma tradição de acontecimentos negativos e o agosto desse ano, embora ainda esteja no início, vem registrando muita coisa ruim, inclusive aqui em Nova Friburgo. Um vizinho meu no Catarcione foi barbaramente assassinado com uma punhalada no pescoço. O assassinato de uma família inteira em São Paulo cometido por uma criança também ocorreu em agosto. É um mês estranho...”

Leandro Marques Gomes, autônomo, Catarcione 

 

 


"Nunca tive superstições e também não acredito nisso. Cada um deve ter fé em si mesmo e buscar atrair sempre coisas positivas para sua vida. Agosto é o mês do desgosto? Que nada! Temos que viver a gosto de Deus. Superstições são bobagens.” 

Aline Folly, publicitária e agenciadora de planos de saúde, Centro

 

 

 

 

 


"Não me considero um supersticioso ao ponto de evitar roupas escuras numa segunda-feira, rejeitar números de telefone ou de documentos que tenham o número 13, desmarcar compromissos em sextas-feiras, 13, e desviar de gatos pretos, mas por via das dúvidas procuro me precaver. Sempre ao sair de caso faço uma oração pedindo proteção aos meus santos de devoção e tenho sempre na carteira e na bolsa um terço benzido no Santuário de Nossa Aparecida. Procuro não acreditar em superstição, mas acredito que forças negativas podem nos influenciar sim.”

Wânia de Barros Pimentel, escriturária, Senador Camará, Rio de Janeiro, a passeio em Nova Friburgo 

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