Governo do estado divulga dados oficiais sobre homofobia na Região Serrana

quarta-feira, 07 de agosto de 2013
por Jornal A Voz da Serra

O governo do estado do Rio de Janeiro, através do Programa Rio Sem Homofobia, divulgou os dados referentes aos atendimentos realizados pelo Centro de Cidadania LGBT – Serrana I. Ao todo, os quatro centros de cidadania e o disque-cidadania LGBT (0800-0234567) realizaram em 2012 cerca de 10.000 atendimentos. A maioria dos usuários é composta por homens gays — 41% nos centros de cidadania e 31% no disque — e o principal motivo que leva os usuários a procurarem os serviços do programa é a violência homofóbica: nos centros de cidadania, 39% dos atendimentos referem-se a casos desse tipo e no disque o número chega a 40%.


Em nova Friburgo, lésbicas são as que mais procuram o Rio Sem Homofobia

O Centro de Cidadania LGBT Serrana I realizou 559 atendimentos em 2012. Esse número representa 15% do total de atendimentos feitos pelos quatro CC LGBT, do Programa Estadual Rio Sem Homofobia.

Ao contrário do que ocorre em demais centros, a maioria dos usuários da unidade sediada em Nova Friburgo é de lésbicas, que representam 40% do público total. A violência homofóbica é a principal razão que leva a população a procurar o Centro em Nova Friburgo, totalizando 40% das demandas atendidas por advogados, assistentes sociais e psicólogos. As agressões físicas (20%), as ameaças (19%) e as agressões verbais (15%), são as principais violências sofrida pelos usuários que recebem atendimento do CC Serrana I.


Centros de Cidadania LGBT: um lugar de acolhimento

Um usuário pode chegar aos centros de cidadania LGBT de diversas formas. Dos mais de quatro mil atendimentos realizados em 2012 nos quatro centros já em funcionamento, 17% foram encaminhados pelo disque-cidadania LGBT. As demandas espontâneas, quando o usurário procura diretamente um dos CC, representam 25% de todos os atendimentos, enquanto 5% das pessoas chegaram aos centros através do Disque 100, serviço da Secretaria de Direitos Humanos (da Presidência da República), que possui parceria com o Rio Sem Homofobia.

Os centros de cidadania do município do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense, em Caxias, lideraram esse quesito com 2.527 e 1.925 atendimentos, respectivamente. O número total de atendimentos (de todos os centros) é muito superior ao número de usuários, 1.902, o que mostra que as pessoas costumam precisar de acompanhamento ou ter necessidade de utilizar mais de um serviço.

Homens gays são os maiores usuários dos serviços, 41%; lésbicas representam 27%, e pessoas transexuais, 11%. Pessoas bissexuais representam a mesma fatia dos atendimentos que pessoas heterossexuais: 3%. A faixa de idade entre 30 e 39 anos é a que mais procura os CC.  Em Nova Friburgo, porém, são pessoas entre 25 e 29 anos que mais são atendidas. Junto com pessoas de 21 a 24 anos chegam a 47% dos usuários.

A maior demanda é por serviços de direito: 55% dos atendimentos são nessa área. Em Nova Friburgo e Caxias, porém, é a área de serviço social que mais leva as pessoas aos centros: 39%, ou 831 usuários, tiveram como principal reclamação a violência homofóbica. O menor percentual desse tipo de demanda foi o do Centro de Nova Friburgo, ainda assim com 26%. Dos 16 atendimentos referentes a homicídios motivados pela homofobia, 10 foram registrados na Baixada Fluminense; dois, na Região Serrana; quatro, na capital e nenhum em Niterói.

Os centros de cidadania LGBT, do Programa Rio Sem Homofobia, ficam no Rio de Janeiro (capital), Duque de Caxias (Baixada I), Nova Friburgo (Serrana I) e Niterói. O Centro de Cidadania LGBT Baixada II, que ficará sediado em Nova Iguaçu, está em fase de instalação e será inaugurado no início do segundo semestre.


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