Editorial - Dinheiro curto

quinta-feira, 28 de junho de 2012
por Jornal A Voz da Serra

O GOVERNO federal anunciou ontem um programa de compras com a finalidade de estimular a economia do país. Entre outros itens, o Planalto pretende adquirir retroescavadeiras, ônibus e carteiras escolares. Um dos principais pontos do anúncio deverá ser a aquisição de 3.591 máquinas retroescavadeiras e 1.330 motoniveladoras para construção de estradas vicinais, usadas no escoamento da produção agrícola. Poderão receber os equipamentos municípios com até 50 mil habitantes

A MEDIDA de ampliação das compras faz parte do esforço do governo para estimular a indústria e dar subsídios para fortalecer o Produto Interno Bruto (PIB) do país. No começo do mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que a economia brasileira cresceu apenas 0,2% no primeiro trimestre de 2012 em relação aos três últimos meses de 2011.

A FALTA de investimentos e a elevada carga tributária nacional fazem vítimas em todas as classes sociais do Brasil. Uma simples conta de luz vem repleta de tributos e impostos que aumentam em mais de um terço o valor pago efetivamente pelo consumo. Existem casos piores, principalmente para os adoradores da cachaça, que pagam 81,8% de imposto, ou o fumante, que deixa 80,4% para o Leão, ou o fã de videogames, que desembolsa 72,1% para o governo.

A TÃO sonhada reforma tributária ainda não conseguiu sair do papel e a conclusão é drástica: o ano vai-se embora e até o momento a proposta não apareceu na pauta de discussão do Congresso. Enquanto não sai, estados e municípios ficam impossibilitados de empreender as reformas nas suas respectivas bases. No caso friburguense, o dilema é o mesmo.

AS MÚLTIPLAS facetas da economia friburguense, com forte vocação industrial, exigem dos poderes públicos medidas que possam dar continuidade a esse o processo histórico de formação econômica, ampliando o parque industrial e, consequentemente, gerando novos empregos. O crescimento das exportações friburguenses e a consolidação das indústrias metal-mecânicas e de moda íntima são fortes indicadores para a ampliação de políticas de incentivo e promoção.

A REFORMA desejada pelas classes produtivas e também pela sociedade precisa ser agilizada em nome do crescimento nacional. Caso contrário, o país ficará refém de suas políticas econômicas muitas vezes desastradas e impede que a sociedade consiga avançar. A reforma não é necessária—é vital para o Brasil.

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