A mídia falada chega em Friburgo

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

terça-feira, 06 de junho de 2023

Dia 1º de junho de 1946. Nesta data entrou no ar a ZYE-4, 1550 khz Rádio Sociedade de Nova Friburgo, que festejou na semana passada 77 anos de história. E, porque cito esse fato agora, um pouco desconexo, principalmente numa coluna que se notabilizou, ao longo desses 17 anos, abordando os mais variados assuntos? Isso tem a ver com a minha história no jornalismo, ainda mais porque devo à Emissora das Montanhas, minha conclusão do curso de Comunicação Social, na Universidade Candido Mendes. E, como veremos no decorrer desse artigo, meu livro que será lançado em breve, tem como título “A mídia falada chega em Nova Friburgo”.

Corria o ano de 2006 e eu, no 6º período de Jornalismo, cursava uma cadeira que era, na realidade, uma preparação para a monografia de conclusão do curso, uma condição “sine qua non” para a colação de grau. Não me lembro do nome específico dessa cadeira, mas de Jorge Ayer que era o professor encarregado de ajudar os alunos a escolher um tema, fazer as pesquisas adequadas para desenvolve-lo, escrever, concluir e apresenta-lo diante de uma banca examinadora. Sempre fui um apaixonado por rádio e o primeiro tema que me veio à mente foi falar da Rádio Nacional, uma referência na história do rádio brasileiro.

Me lembro do professor Jorge Ayer ter me dito que sobre aquela emissora existiam “trocentas monografias”; e me propus falar sobre a Emissora das Montanhas, já que não existia literatura sobre a sua história e fundação. Seria, como foi, um trabalho pioneiro e um grande desafio. Foi com o tema escolhido que tomei consciência da dificuldade de minha tarefa e pus mãos à obra.

Como já disse, sem nada escrito, a não ser artigos esparsos nos jornais locais, só me restava partir para entrevistas com personagens que viveram aquele momento e recorrer à Fundação Pró-Memória para consultar os jornais da época. Aqui, apesar de todos já terem falecido, cabe externar o meu agradecimento a Paulo Cordeiro, Rafael Abbud e Dilva Moraes pelas entrevistas que me concederam, fonte principal do meu trabalho. Não posso me esquecer de Laercio Ventura, diretor do jornal A Voz da Serra, que me acolheu como estagiário e me sugeriu os entrevistados.

Paulo Cordeiro era afilhado de Eugênio Muller o principal acionista da empreitada, um empresário abastado, de Joinville-SC, que resolveu se mudar para Nova Friburgo. Portanto, suas informações teriam peso. Abbud já era trovador, foi um dos primeiros locutores da ZYE-4 e tinha muita coisa para contar. Quanto a Dilva Moraes era muito nova quando da fundação da rádio, mas frequentou a sua programação infantil e foi, mais tarde, muito ligada a um político conhecidíssimo em Friburgo. Isso me forneceu informações importantes sobre a política local, naquela época e a o papel da emissora nesse contexto.

Foi uma tarefa árdua, que chegou ao seu termo, graças a colaboração da professora Cristina Gurjão, minha orientadora. Aliás, eu a escolhi por duas razões, a primeira por saber que quando ela morava no Rio de Janeiro, trabalhava numa editora que desenvolvia esse tipo de trabalho. Era escolhido um entrevistado e enviada uma equipe para uma entrevista e uma filmagem. No final era publicado um livro e distribuído um vídeo sobre o tema; a segunda por que, além de minha professora era também minha amiga e de minha família.

A monografia foi apresentada, eu colei grau e o meu trabalho jaz empoeirado numa das prateleiras da biblioteca da faculdade. Tanto isso é verdade que quando a jornalista Gabriela Bini fez eu trabalho de conclusão do curso de Jornalismo, sobre a importância da Rádio Friburgo nos acontecimentos de 2011, teve que pedir a minha emprestada, pois na Candido Mendes ela não foi encontrada. Foi por isso que surgiu a ideia de transforma-la num livro, que será apresentado não na forma de monografia, mas sim no formato de um relato histórico da fundação da atual Rádio Friburgo FM.

Com isso muitas pessoas terão conhecimento e informação sobre um momento impar na história de Nova Friburgo, que colocava a cidade no restrito rol das cidades de interior que tinham sua própria emissora, nos idos de 1946. Aliás, um acontecimento que marcou a vida da cidade. O livro está em fase de preparação e, no momento de seu lançamento, será informado aos leitores.

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