Ex-prefeito de Carmo e mais 13 têm R$ 6 milhões bloqueados

Investigação aponta suspeita de superfaturamento na compra dos equipamentos durante a pandemia de Covid-19
quarta-feira, 17 de abril de 2024
por Jornal A Voz da Serra
Ex-prefeito de Carmo e mais 13 têm R$ 6 milhões bloqueados

A justiça determinou o bloqueio de R$ 6 milhões do ex-prefeito do município vizinho de Carmo, Paulo César Gonçalves Ladeira, e mais 13 pessoas físicas e três jurídicas. A decisão é resultado de uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Os acusados vão responder por improbidade administrativa e por ato de corrupção.

A ação aponta o superfaturamento na compra de nove respiradores mecânicos para o combate à pandemia de Covid-19, realizada com recursos destinados pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) ao município. A pedido do Gaeco, na última quinta-feira, 11, o juiz da Vara Única de Carmo determinou a indisponibilidade de valores dos réus sobre no mínimo R$ 6 milhões, para o pagamento das multas e indenização.

Também foi determinado o afastamento cautelar dos réus de todo e qualquer cargo público ocupado, seja no município de Carmo, seja em qualquer outro município ou estado brasileiro, até o final da instrução, assim como a proibição a todos os envolvidos de contratar com o poder público, bem como a proibição de que os réus pessoas físicas venham a ocupar cargos públicos.

Em novembro de 2023, o ex-prefeito e as mesmas pessoas físicas foram denunciados pelo Gaeco, na terceira fase da Operação Éolo, pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, contratação direta ilegal e fraude nos contratos de licitação, lavagem de dinheiro, entre outros.

Ainda segundo o Gaeco, do MPRJ, a compra fraudulenta dos respiradores ocorreu em 2020, no contexto de um grande esquema de corrupção, com a finalidade principal de desviar recursos públicos da saúde, na época destinados especificamente para o combate à pandemia de Covid-19.

Os equipamentos foram adquiridos por um valor unitário de R$ 110 mil, totalizando R$ 990 mil. No entanto, conforme apurado pelo MPRJ, o Hospital Municipal de Carmo sequer possuía condições de instalar e operar os respiradores. De acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde, (OMS) considerando-se o quantitativo populacional, a necessidade de aparelhos para a cidade era de apenas dois respiradores.

A ação do Gaeco aponta que o esquema, que resultou em contratação fraudulenta, beneficiou diretamente três empresas que foram usadas para simular uma concorrência de preços e fraudar a dispensa de licitação.

“Ficou devidamente comprovado que o núcleo empresarial utilizou empresas laranja, assim como ficou evidente que as pessoas jurídicas utilizadas para viabilizar o esquema de corrupção tinha em seus quadros sociais sócios ‘laranja’ ou seja, ‘testas de ferro’, que ali figuravam de maneira simulada, como mera perfumaria, não passando de peões representando os interesses dos reais proprietários, os quais, por sua vez, restavam ocultos”, como narra trecho do documento da ação.

Na ação de improbidade administrativa e por ato de corrupção, o Gaeco destaca superfaturamento de R$ 435.569,54 em danos ao erário, e requer a condenação dos citados à reparação dos danos morais coletivos causados pelos atos ilícitos, requerendo a indenização no valor mínimo de R$ 5 milhões.

Além disso, o Gaeco ainda requer a aplicação das sanções de improbidade administrativa como a perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, multa e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos.

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